MANAUS – Um grupo de bolsistas do CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia) firmou acordo com a Superintendência Adjunta de Planejamento da Suframa para manter as atividades até o próximo dia 30 para dar destinação aos animais do biotério usados em pesquisa. A informação é de um dos membros do Movimento Pró-CBA, Flávio Freires Ferreira. “Foi um compromisso ético para dar destinação correta aos animais do biotério”, disse Ferreira.
O convênio que a Suframa mantinha com a FBA (Fundação Amazônia de Defesa da Biosfera), responsável pelo pagamento dos bolsistas, foi encerrado no último dia 10, e o CBA teve as atividades de pesquisa encerradas. Até aquela dada, 48 bolsistas ainda desenvolviam atividades de pesquisa no centro. Para não deixar que animais morressem, cerca de 13 bolsistas, de acordo com Ferreira, decidiram manter as atividades sem remuneração, e finalizá-las até o fim deste mês.
O CBA foi inaugurado em 2004 e desta data até 2013 funcionou com bolsistas contratados pela Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas), que mantinha um convênio com a Suframa. De julho de 2013 até este mês, o Centro funcionou graças a um convênio com a FBA. A última renovação do convênio, pelo prazo de seis meses, foi feito em dezembro do ano passado, e encerrou-se no dia 10.
Criado para ser um centro tecnológico da biodiversidade da Amazônia, com a perspectiva de parcerias com empresas privadas para transformar as pesquisas desenvolvidas no Estado em produtos, o CBA nunca teve personalidade jurídica, o que o impedia de firmar qualquer contrato ou convênio. Todas as parcerias eram feitas pela Suframa, que criou uma Coordenação de Implementação do CBA, cujo coordenador era o próprio superintendente adjunto de Planejamento.
Até 2012, o Centro de Biotecnologia conseguiu firmar parcerias com empresas privadas, mas a partir de então, a Suframa proibiu qualquer convênio com empresas, exatamente porque o CBA não tinha personalidade jurídica e a autarquia não poderia assumir esse papel. Agora, o CBA é apenas um prédio, um elefante branco, como foi profetizado desde a inauguração da obra milionária, em 2002.
No site do CBA está a missão e os objetivos para qual ele foi criado:
Missão
Promover a inovação tecnológica de processos e produtos, incentivando e criando as condições básicas para apoiar o desenvolvimento das atividades industriais baseadas na exploração sustentável da biodiversidade amazônica.
Objetivos
Como Centro Tecnológico, o principal objetivo do CBA é transformar os conhecimentos gerados por institutos de pesquisa já existentes em produtos com valor agregado em toda a cadeia produtiva. Neste sentido, o Centro já vem desenvolvendo produtos e processos em parceria com instituições de ensino e pesquisa e com a iniciativa privada.
Outros objetivos:
• Contribuir para o desenvolvimento regional, com geração de emprego e renda a partir da inovação biotecnológica.
• Promover o conhecimento da biodiversidade amazônica associado às tecnologias necessárias ao seu aproveitamento econômico com agregação de valor na região amazônica.
• Incentivar o desenvolvimento regional de produtos, processos e serviços biotecnológicos, nas áreas de saúde humana, agronegócio e industrial visando sua comercialização e inserção em cadeias produtivas regionais, nacionais e globais.
• Incubar, consolidar e projetar empresas de base biotecnológica.
• Incentivar a implementação de parques bioindustriais na região amazônica, de projeção internacional, constituídos de empresas e instituições de competência reconhecida.