
Da Folhapress
SÃO PAULO – Representantes de várias religiões se reunirão no próximo domingo, 9, em ato virtual pela democracia e contra a gestão do governo Jair Bolsonaro (sem partido) na pandemia do novo coronavírus.
O evento é organizado pelo projeto Nação Brasil desde a divulgação da ‘Carta ao Povo de Deus’, texto assinado por 152 bispos brasileiros segundo o qual o governo Bolsonaro se baseia em uma “economia que mata”.
O ato deste domingo será transmitido a partir das 11h pela TV dos Trabalhadores, emissora ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores). Os bispos escrevem, segundo a carta, “interpelados pela gravidade do momento em que vivemos, sensíveis ao Evangelho e à Doutrina Social da Igreja, como um serviço a todos os que desejam ver superada esta fase de tantas incertezas e tanto sofrimento do povo”.
De acordo com o documento, “é dever de quem se coloca na defesa da vida posicionar-se, claramente, em relação a esse cenário”. “As escolhas políticas que nos trouxeram até aqui e a narrativa que propõe a complacência frente aos desmandos do governo federal, não justificam a inércia e a omissão no combate às mazelas que se abateram sobre o povo brasileiro”.
O economista e professor da Fundação Getulio Vargas Luiz Carlos Bresser-Pereira considerou a carta equilibrada e sentiu que seria necessário dar mais força à ação dos bispos.
Ele é um dos fundadores do Nação Brasil, criado em 2017 com a proposta de “ajudar a refundar a nação brasileira” com maior desenvolvimento econômico e igualdade social. O projeto está colhendo assinaturas em apoio à carta dos bispos.
“A carta mostra a situação dramática que o Brasil vive e o fato de que nós não temos um governo que esteja defendendo a vida das pessoas, os direitos humanos”, afirma Bresser-Pereira. “Está morrendo muito mais gente do que devia porque o governo está adotando uma política absolutamente irresponsável de não fazer o que é recomendado pelos cientistas”.
De acordo com o manifesto de apoio do projeto, Bolsonaro “age para destruir o Brasil e subordiná-lo aos interesses estrangeiros, colocando a nação como vassala dos Estados Unidos”. “Roendo as instituições, desprezando a população e aniquilando pequenas empresas, o governo se transforma em inimigo da vida”, acrescenta.
Até a noite desta quarta-feira, 5, o apoio já reunia mais de 1.100 assinaturas, entre elas as dos cantores Chico Buarque e Caetano Veloso e do ator e diretor Wagner Moura.
Desde maio, pipocam nas redes sociais movimentos pró-democracia críticos ao governo Bolsonaro. Estamos Juntos, Somos 70%, Basta! e Mulheres Derrubam Bolsonaro são alguns deles.