Da Redação
MANAUS – Questão de ordem para que a ALE (Assembleia Legislativa do Amazonas) realize sessões híbridas (presenciais e à distância) gerou bate boca entre o presidente da Casa, Josué Neto (PRTB), e a deputada Alessandra Campêlo (MDB), e a suspensão por cinco minutos da sessão virtual desta quinta-feira, 18.
A parlamentar pedia a votação imediata pelo plenário de uma questão de ordem levantada para que as sessões ordinárias ocorram de forma híbrida e o presidente da ALE queria responder a solicitação dela por escrito. Após o bate boca, Neto disse que a Mesa Diretora deve realizar reunião virtual na segunda-feira, 22, para debater o tema.
Antes da discussão, Campêlo lembrou que algumas decisões de Neto estão sendo contestadas na Justiça do Amazonas e, para evitar a judicialização de novos atos, ela sugeriu que o presidente da ALE consulte o plenário sobre o tema. “A minha questão de ordem é que este plenário decida se nós podemos ou não votar em forma híbrida e não uma decisão unilateral de vossa excelência”, disse.
A deputada afirmou que, na semana passada, enquanto as reuniões da CPI da Saúde estavam sendo realizadas em um dos auditórios da Casa Legislativa de forma híbrida, ela tentou usar o plenário para reunir com parlamentares e foi barrada por servidores da Casa Militar. “Eu nunca vi isso, a Casa Militar tomando esse tipo de decisão”, afirmou.
A discussão com Neto começou quando Campêlo pediu para que a questão de ordem dela fosse apreciada pelo plenário antes da fala do deputado Dermilson Chagas. Neto afirmou que a deputada teria a resposta por escrito “ainda hoje” e Campêlo respondeu: “A minha questão é para o plenário, presidente. Não é para vossa excelência”.
Neto ignorou Campêlo e concedeu espaço para Chagas. O deputado do Podemos começou o discurso e foi interrompido pela deputada. “Deputado Dermilson, a minha questão de ordem está na vez. O senhor fala depois que a minha for dirimida pelo plenário. É isso que não pode, gente”, disse a parlamentar.
Enquanto falava, Campêlo teve o microfone desligado pelo apoio técnico. Neto disse que a deputada já tinha terminado e, por isso, concedeu o tempo para Dermilson. O presidente também afirmou que responde “todas as questões de ordem” de Alessandra e que a solicitação dela seria respondida “no momento oportuno”.
Campêlo pediu, novamente, que a questão de ordem fosse votada e Neto disse que concederia mais 5 minutos para que a deputada falasse. “Fique à vontade. Vossa excelência é acostumada a tumultuar a sessão. Vossa excelência está treinada a tumultuar a sessão. Daqui a pouco isso aqui vira nuvem”, disse o presidente.
Neto passou a controlar a fala, cortando Alessandra, que dizia que não estava tumultuando e queria apenas “poder ir à Assembleia”. “Eu não entendo a vontade de Vossa excelência tumultuar as sessões. Vossa excelência colocou diversas sugestões. Nós vamos deferir suas sugestões de forma positiva ou negativa. Aguarde um pouco. Tenha paciência”, disse Neto.
Campêlo também questionava se o presidente da ALE “estava acima do plenário” e Neto respondeu que estava apenas tentando mediar a discussão. “Vossa excelência tem diversas vontades que devem ser debatidas. Não são só suas vontades que devem ser decididas de forma rápida. Vamos abrir o debate a respeito de vossa sugestão. Não tem problema nenhum”, afirmou Josué Neto.