MANAUS – Policiais do Batalhão Ambiental apreenderam, na manhã desta sexta-feira (15/08), três caminhões que transportavam madeira sem procedência legal, na Ponte Rio Negro. Os caminhões vinham dos municípios de Manacapuru e Novo Airão e foram levados para a Delegacia Especializada em Crimes contra o Ambiente (Dema), no bairro Coroado, zona leste de Manaus, onde será medida.
Os policiais que fizeram a abordagem disseram que os motoristas dos caminhões chegaram a ligar para “autoridades” tentando liberar a passagem dos veículos com as cargas, mas não tiveram êxito.
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O coronel Escócio, comandante do Comando de Policiamento Ambiental, foi ao local, segundo ele, para evitar que houvesse pressão contra os policiais. Questionado se houve pressão, ele disse: “Se houve, a gente vai saber. Se houve, vão me tirar do comando”.
O comandante afirmou que a fiscalização para impedir o transporte ilegal de madeira e de carnes de animais silvestres vai ser mantida na rodovia AM-070, enquanto ele estiver no Comando de Policiamento Ambiental. “As operações continuam. Enquanto eu estiver no comando, elas não serão suspensas”, disse.
Nesta segunda-feira, o comandante do Batalhão Ambiental, major Wilmar Tabaiares, foi exonerado do cargo e denunciou que a saída dele ocorreu por pressão de oficiais da Polícia Militar e de políticos interessados em liberar a rodovia para o transporte ilegal animais e produtos da floresta.
Na Polícia Militar, a pressão partiu do subcomandante-geral, coronel Eliézio Almeida, que pediu a exoneração do major Tabaiares do cargo. Na política, o major aponta o deputado estadual Orlando Cidade como o principal interessado em liberar o crime ambiental.
Em reportagem publicada nesta quarta-feira no ATUAL, o deputado Orlando Cidade afirma que vai pedir a extinção do Batalhão Ambiental por considerar que ele é oneroso e não tem o que fiscalizar. O deputado afirma o batalhão está apreendendo pirarucu e carvão de pessoas humildes, que sobrevivem da exploração da floresta, e não cometem crime ambiental.
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