MANAUS – O tradicional Bar do Caldeira teve uma quinta-feira atípica, o deputado Bosco Saraiva (PSDB) esteve no local para fazer o descerramento da placa memorial registrando seu tombamento como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado. A noite foi ‘embalada’ por grupos de samba, como o Fino do Samba.
A iniciativa do presidente da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Amazonas busca promover a preservação da memória do Estado. O Caldeira já foi palco de encontros, além da presença de intelectuais e personalidades, a visita de Vinicius de Moraes está estampada nas paredes do bar.
“O Caldeira representa a valorização da intelectualidade manauara e merece ser Patrimônio Cultural Imaterial do Estado. Gosto muito da memória da nossa cidade e tenho uma preocupação com o tema. Até hoje me dói à derrubada do Cine-Theatro Guarany e sinto muito pelas condições das fachadas dos casarios da Avenida Joaquim Nabuco. Então, com essa minha passagem pela Comissão de Cultura vou tentar trabalhar pensando em fortalecer a cultura e história no nosso povo.”, disse o deputado.
O Bar do Caldeira é administrado pelo empresário Carbajal Gomes desde 2012, que mantém a tradição do local. Para ele, o concretização do Projeto de Lei é o reconhecimento da importância do espaço que existe há 53 anos, tornando-se ponto de encontro de boêmios e turistas.
“Para nós calderenses é uma honra ter o espaço tombado, resultado da lei de autoria do deputado Bosco Saraiva. Buscamos manter a tradição do Bar Caldeira e temos desde frequentadores antigos até a nova geração. Fidelizamos nosso público com atendimento de excelência, música de qualidade de domingo a domingo, sem courvet e taxa de garçom, e claro cerveja gelada e petisco em conta.”, relata Gomes.
Os frequentadores aprovaram o tombamento. O geógrafo, Leandro Dutra, marca presença nos horários livres. Para ele, o Caldeira ganha o cliente pelo acolhimento e história cultural.
“O ambiente é agradável, ideal para estar com os amigos. Apesar de jovens já temos boas lembranças do Caldeira. Os fatores históricos e culturais do Bar são marcantes para Manaus. Mas não posso esquecer da relação de afetividade entre garçons e clientes, eles nos tratam como amigos.”, destaca Dutra.
Além do Caldeira, os bares do Armando e Jangadeiro também foram tombados como Patrimônio Cultural Imaterial do Amazonas. O descerramento das placas comemorativas acontecerão nas próximas semanas.
Bar do Caldeira
O nome do Bar foi estabelecido após a explosão de uma caldeira da Santa Casa de Misericórdia em 1970. O local ficou associado ao acidente e até hoje leva o nome de Bar do Caldeira, antes era chamado de Mercearia Nossa senhora dos Milagres. O tradicional refúgio dos boêmios que residem em Manaus está localizado na esquina das ruas José Clemente e Lobo D’Almada.
(Assessoria)