Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, assinou decreto que determina que o pagamento da tarifa de ônibus seja feito exclusivamente através do cartão ‘passa fácil’. A medida bloqueia o acesso dos empresários ao total de recursos arrecadados pelo sistema de transporte de passageiros, pois a arrecadação pela bilhetagem eletrônica é controlada pela prefeitura. A intervenção financeira no sistema de transporte de passageiros da capital amazonense completou 60 dias.
De acordo com o Decreto n° 4.587, de 19 de setembro de 2019, as empresas terão o prazo de 60 dias para adaptar o pagamento da passagem de ônibus que é feito por dinheiro em espécie para o “smart card” a fim de “universalizar o acesso aos bilhetes eletrônicos”. A prefeitura considerou a “necessidade de sistematizar o pagamento das tarifas e das medidas que permitam a maior transparência do fluxo de receitas do sistema de transporte” de passageiros.
Atualmente, segundo a prefeitura, a arrecadação do sistema de transporte de passageiros através da bilhetagem eletrônica representa 60% e o percentual de 40% arrecadado em espécie é controlado pelos próprios empresários.
Na última quarta-feira, 18, Arthur Neto afirmou que o Sinetram (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros) “é a rainha da Inglaterra, não manda em nada” e que já tinha medida jurídica para barrar dinheiro aos empresários. “Vamos tomar medidas mais duras, a começar por uma que vai deixá-los muito preocupados”, afirmou o prefeito de Manaus.
A medida foi tomada após o quarto dia com 20% da frota de ônibus reduzida na capital amazonense. Os empresários afirmam que não tem dinheiro para manter 100% do serviços e que “estão se esforçando para manter a operação da frota com a receita disponível”. A redução da frota causou superlotação em linhas de ônibus nas quatro zonas de Manaus.
A reportagem solicitou o posicionamento do Sinetram, mas o sindicato representativo das empresas informou que não se manifestará sobre a decisão do prefeito.