
Da Redação
MANAUS – O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), afirmou que irá impedir que sócios e dirigentes retirem lucros mensais das contas das empresas de transporte de passageiros que estão passando por intervenção. Segundo Arthur Neto, o “corte de gorduras” será necessário para ajustar o sistema e os sócios só poderão ter acesso ao dinheiro “depois que o último trabalhador receber”.
“Dá para ajustar esse sistema cortando várias gorduras, inclusive cortando as retiradas mensais dos sócios e dirigentes. Esses só podem receber depois que o último trabalhador receber, só podem receber nessa ocasião. Depois que trocar pneu, depois que mexer na maquinaria dos ônibus, colocá-los para funcionar de verdade. É uma luta dura, eu acredito que quando chegar o último round eles vão estar nocauteados”, afirmou Arthur Neto.
O prefeito afirmou que os empresários de ônibus “por muito tempo sequestraram Manaus” e que as contas das empresas são “obscuras” e “ninguém entende”. Essa falta de transparência, segundo Arthur Neto, gerou dificuldades para que a prefeitura cumprisse o decreto de intervenção, que trata-se da “posse de todo o dinheiro do sistema” de bilhetagem.
Virgílio Neto afirmou que “percebia a chantagem no ar” dos donos de empresas de ônibus quando eles eram cobrados a fazer manutenção de veículos e pagar salários atrasados de funcionários. Para Arthur, “o modo como eles se portavam era terrível”.
“Eles chegavam em uma choradeira que não acabava mais. Pneu careta, diziam que tinham pago tudo, mas estava faltando o pessoal. E sempre com a ameaça de greve. Eu nunca tive medo de greve e sempre conversei muito bem com os rodoviários. Mas eu percebia a chantagem no ar. Aquela coisa: olha, agora o pessoal que você gosta, os rodoviários, você tem que pagar porque eu não pude pagar porque não deu”, afirmou.
Em nota, o Sinetram informou que “tem colaborado com a intervenção financeira decretada pela Prefeitura de Manaus e está realizando a entrega de toda documentação solicitada”. O Sinetram não quis comentar sobre o bloqueio de retiradas de rendimentos por sócios e dirigentes.