Da Redação
MANAUS – Após seis meses sem aulas devido à quarentena da Covid-19, a Ufam (Universidade Federal do Amazonas) retomou as atividades nesta terça-feira, 8, apenas por ensino remoto, mas deixou a critério dos professores para decidir se irão ministrar as aulas pela internet. Consultado pelo ATUAL, o reitor Sylvio Puga disse que esse longo período de tempo para começar as aulas on-line ocorreu devido à necessidade de planejamento.
De acordo com Sylvio Puga, “é direito do professor escolher se quer ou não dar aula no momento”. “É por adesão. Se o docente/curso entender que é preferível aguardar a oferta regular da disciplina, o direito dele está resguardado”, afirma.
Segundo o reitor, essa alternativa é respaldada pelos conselhos da Ufam. “Não tem a ver com o estatuto, mas com o entendimento de todos os conselhos superiores onde o tema foi debatido: Consad, Consepe, Consuni”, disse.
Apesar da suspensão das atividades presenciais ter ocorrido em março, apenas em setembro o ensino à distância foi implantado. Sylvio Puga explica que esse período de tempo foi necessário, pois a comunidade acadêmica da Ufam envolve mais de 30 mil pessoas na capital e interior.
“É necessário um planejamento para isso. Estamos falando de uma comunidade com mais de 30 mil pessoas, distribuídas na capital e no interior que vivem, boa parte, realidades diferentes. Como pensar em levar ensino de maneira remota sem dar ferramentas tecnológicas para professores e alunos? No país inteiro, todas as universidades se preparam. A Ufam não poderia se furtar a isso”, disse.
Para os estudantes, a adesão ao ensino remoto também é opcional no momento. Os alunos que não acompanharem as aulas agora farão as disciplinas somente com o retorno das atividades presenciais. A previsão dada pela instituição para a volta é janeiro de 2021.
Mais de 50 mil solicitações de matrícula para o semestre especial foram realizadas na Ufam, totalizando a composição de 1.981 turmas com 1.015 docentes envolvidos.
Obrigatório
Na UEA (Universidade do Estado do Amazonas), as aulas online começaram no último dia 3 de agosto, na capital e interior. As atividades presenciais da universidade também foram suspensas em março. No caso da instituição, a adesão tanto pelos estudantes quanto professores ao ensino remoto foi obrigatória.
Consultado sobre o tempo para implantar as atividades à distância, o reitor Cleinaldo Costa explica que para que as aulas no formato não presencial iniciassem era necessária a capacitação dos professores para uso das novas tecnologias.
“Para que as aulas no formato não presencial iniciassem era necessário formação docente para utilização das novas tecnologias educacionais, como o aprimoramento da utilização da plataforma AVA-UEA, cursos envolvendo o Google Suíte, bem como o desenvolvimento de um manual com todas as ferramentas educacionais tecnológicas para a elaboração das aulas”, explica.
Segundo o reitor, o planejamento também exigiu esse prazo maior. “Além disso, era necessário que a Universidade planejasse esse retorno em formato híbrido, considerando as especificidades da capital e do interior no que diz respeito às questões pedagógicas e de conectividade”, disse.
O aluno poderá acompanhar as disciplinas por um computador, tablet ou smartphone. Caso contrário, poderá procurar, de forma agendada, a sua unidade e ter acesso ao Plano de Estudo da disciplina e baixar as aulas gravadas no Google Drive, os textos e levá-los para casa.
“As escolas e centros tiveram seus laboratórios reorganizados para atenderem por agendamento os estudantes que não possuem computador ou internet, para que pudessem acessar as aulas e atividades avaliativas, além da entrega de pacotes de dados aos estudantes que declararam não ter acesso à internet, objetivando assim que os processos de ensino e aprendizagem possam acontecer de forma efetiva”, afirmou Cleinaldo Costa.
A instituição conta com o programa de Monitoria Digital, para acompanhar os estudantes nas atividades de ensino não presenciais.