Depois da polêmica que invadiu o horário eleitoral gratuito na propaganda dos candidatos José Melo (Pros) e Eduardo Braga (PMDB) no ano passado envolvendo o episódio da negociação do subsecretário de Justiça e Direitos Humanos, major Carliomar Barros Brandão, denunciada pela Revista Veja, os presos “ganham” uma secretaria para chamar de deles na reforma administrativa proposta pelo governo do Estado à Assembleia Legislativa do Estado. A criação da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) não é uma novidade; já existe em outros Estados da Federação. Mas, apesar de o governador José Melo argumentar na entrevista coletiva de quarta-feira, 25, que a intenção era tirar o sistema prisional da alçada dos Direitos Humanos para que essa pasta se dedicasse às políticas voltadas às minorias, uma secretaria para cuidar exclusivamente dos presídios não deixa de ser um prêmio para os presos, que terão maior atenção do governo. Nas gravação de áudio em que Veja teve acesso, o preso José Roberto prometia 100 mil votos para o governador e recebia a garantia de que não seriam incomodados no presídio.
Rememorando…
Na conversa que o major Carliomar Barros Brandão teve com o traficante de drogas José Roberto, no presídio, ele disse: “A mensagem que ele mandou para vocês, agradeceu o apoio e disse que ninguém vai mexer com vocês, não”. Na entrevista exibida no programa eleitoral doo governador, depois de as denúncias terem vindo à tona, o major disse que se referia ao Secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Louismar Bonates, “que é considerado linha dura, e eles têm medo de serem transferidos para presídio federal”.
Nascendo grande
A nova pasta proposta para cuidar do sistema penitenciário do Amazonas já começa grande: são 209 cargos de confiança e comissionados. Os cargos de confiança são o de secretário de secretário executivo. Entre os cargos em comissão estão 18 diretores de unidades prisionais, 56 gerentes e 100 assessores. Se for colocar ordem na casa, pode-se dizer que a secretaria é do tamanho dos problemas que ela vai enfrentar.
Banco do Povo
Com o objetivo de dar cumprimento à criação do Banco do Povo, o governo enviou um projeto de lei que eleva a taxa de administração da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) de 3% para 4% sobre os recursos do Fundo da Micro e Pequena Empresa (FMPES). Os motivos, segundo a mensagem, estaria em documento anexo, que não foi distribuído á imprensa.
Ecologicamente incorreto
A proposta de reforma administrativa poderia ser enviada em mídia eletrônica para a Assembleia Legislativa do Estado (ALE), mas chegou no formato imprensa. O tratamento à moda antiga acabou gerando uma despesa excessiva e um gasto de papel desnecessário. O documento tem 88 páginas e foi reproduzidas cópias para todos os gabinetes e para a imprensa e congestionou os serviços de reprografia do parlamento. Haja papel e haja árvores derrubadas.
‘Quebrado’
A prisão do ex-vereador Dr. Dênis por cobrança ilegal de cirurgias nas maternidades públicas repercutiu na Câmara de Manaus. Um ex-colega de bancada do médico afirmou, à coluna, que há três meses, o ex-vereador tinha comentado na Casa que estava ‘quebrado’ financeiro depois de sair derrotado da eleição para deputado estadual no ano passado, e devia até agiotas. Dr. Dênis teve 5.338 votos e ficou em 75º lugar.
Pávulo
Jornalistas que trabalham cobrindo a Câmara Federal informaram que o senador Omar Aziz (PSD) está todo pávulo com a grande mídia nacional, e chegou a comentar a “imprensa do sul” tem mais credibilidade que a imprensa amazonense por trabalhar com pouca dependência do governo. Quando foi governador, Omar gastou, em cinco anos, R$ 270 milhões com comunicação (2010-2014) para manter a imprensa de bem com o governo.
Na mídia
Quem também gosta de mídia é a mulher de Omar, Nejmi Aziz. Nos bastidores de brasília comentam que ela está recrutando revistas da “alta sociedade” para tentar se manter em evidência e uma das suas principais exigências para bancar as publicações é aparecer na capa.