Da Redação
MANAUS – O delegado da Polícia Civil de Minas Gerais Rafael Horácio matou o motorista de caminhão-reboque Anderson Cândido Melo com um tiro no pescoço, depois de uma discussão no trânsito em Belo Horizonte. O desentendimento ocorreu na tarde desta terça-feira (26). Em nota, a PCMG disse que o delegado se apresentou espontaneamente e a arma foi recolhida.
Rafael Horácio disse que agiu em legítima defesa. Ele foi liberado na manhã desta quarta-feira (27). O caso está sob investigação da Corregedoria Geral da Polícia Civil de Minas Gerais, que tem prazo de 30 dias para concluir o inquérito policial.
A discussão, ocorrida na Avenida do Contorno, zona centro-sul da capital mineira, começou quando o carro dirigido pelo delegado foi fechado pelo caminhão-reboque. Após o bate-boca, o policial saiu do veículo. O motorista acelerou o carro contra o delegado, que atirou em direção ao reboque.
O tiro atigiu Anderson Cândido Melo no pescoço. O motorista foi socorrido e encaminhado ao Hospital João XXIII mas não resistiu e morreu.
Confira a nota da Polícia Civil
“Sobre os fatos ocorridos na tarde de ontem (26/7), no centro de Belo Horizonte, relacionado a um conflito no trânsito com morte de um motorista de caminhão devido a disparo de arma de fogo efetuado por um delegado de polícia, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) esclarece que a Corregedoria adotou medidas imediatas para a apuração sobre os fatos.
Conforme noticiado ontem, logo após o ocorrido, o delegado de polícia se apresentou espontaneamente às autoridades, confessando ser o autor do disparo, e teve a arma de fogo apreendida.
Durante suas declarações, o delegado, acompanhado por seu advogado, narrou sua versão sobre os fatos e alegou ter agido em legítima defesa.
Após oitiva das testemunhas, realizada análise técnica-jurídica dos fatos, a autoridade policial responsável pelo inquérito liberou o autor, com fundamento na apresentação espontânea e em seus pressupostos. Não houve elementos jurídicos para a prisão do delegado autor do fato.
A PCMG esclarece que no curso do Inquérito todas diligências investigativas possíveis serão realizadas, como depoimentos de outras testemunhas, análise de laudos periciais, arrecadação de imagens de câmeras de vigilâncias, etc., tudo para que se chegue ao esclarecimento completo de todas as circunstâncias do crime, de maneira a proporcionar ao Ministério Público e ao Poder Judiciário os elementos necessários ao processo criminal. Além disso, foi instaurado procedimento disciplinar para apuração rigorosa acerca da responsabilidade administrativa existente.
A PCMG e, especialmente, a Corregedoria-Geral asseguram que o inquérito policial será concluído no prazo legal de 30 dias, com impessoalidade, imparcialidade e transparência, repudiando atitudes violentas, insensatas e incivilizadas de quaisquer pessoas, especialmente de seus servidores.”