SÃO PAULO – Não é nenhuma novidade que no Brasil a mulher seja tão relativizada e escravizada por um sistema machista e cruel. Cerca de 500 mulheres são passíveis de violência física por hora no Brasil, segundo pesquisa Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança. Da mesma forma que elas têm encontrado na internet um espaço de catarse coletiva, com campanhas como #PrimeiroAssedio, lançada pela Think Olga em 2015, é também por meio de tecnologias digitais que estão buscando informações e meios para se proteger e denunciar seus agressores.
Os aplicativos têm a missão de criar entre as mulheres e seus contatos de emergência uma rede de proteção, para complementar os serviços públicos voltados para o atendimento de mulheres. O Malalai, aplicativo voltado ao deslocamento de mulheres com mais segurança para prevenir casos de violência sexual. A idealizadora Priscila Gama explica que a ideia inicial era desenvolver uma espécie de “botão de pânico” que pudesse acionar a polícia, mas que o processo para isso é complicado e poderia haver muitos casos de falsos comunicados de crimes.
Além de acionar uma rede de até três contatos via SMS quando a mulher se sentir insegura, o Malalai tem um mapa que é alimentado com dados inseridos pelas próprias usuárias para que mulheres possam consultar para traçar seu percurso. Há informações sobre a iluminação das vias, movimentação de pessoas, existência de ponto comercial aberto, presença de porteiros ou de segurança privada, existência de posto policial e ocorrências anteriores de assédio.