
Do ATUAL
MANAUS – A secretária nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, confirmou que se reuniu com o ex-presidente da Iaja (Instituto de Articulação de Juventude da Amazônia) Marcos Rodrigues, mas “nunca no sentido de interferir na condução administrativa do Comitê de Cultura” amazonense.
A Iaja foi contratada pelo Ministério da Cultura para coordenar o comitê no Amazonas, que é um dos 26 beneficiados pelo Programa Nacional de Comitês de Cultura. Criado em setembro de 2023, o programa vai custar R$ 58,8 milhões até o final deste ano com ações de mobilização, apoio e formação de artistas.
Nesta segunda-feira (10), o Estadão publicou a transcrição de falas atribuídas a Anne que indicam o uso dos comitês na eleição de 2024. Segundo o jornal, as declarações são de setembro do ano passado, em uma reunião com Marcos Rodrigues. Eles romperam politicamente no fim do ano. Segundo o Estadão, a conversa foi gravada e registrada em cartório.
Ao rebater as acusações, Anne afirmou que é alvo de uma tentativa de mácula à imagem dela perante a opinião pública. Ela critica o ex-presidente da Iaja Marcos Rodrigues e diz e que adotará “os caminhos legais para comprovar a lisura de meus atos e de cobrar a punição para pessoas que estão descompromissadas com a verdade e focadas apenas em projetos pessoais de poder”.
“Desconheço a transcrição de gravação onde supostamente converso com o ex-presidente do Iaja. Reuni com este senhor, mas nunca no sentido de interferir na condução administrativa do Comitê de Cultura”, afirmou Anne.
Ao criticar o ex-aliado, a secretária afirma que Marcos foi destituído do cargo porque tratou o projeto de forma “personalista e inconsequente”, tomando decisões sem consultar os demais membros do IAJA e do próprio Comitê de Cultura. Ela também diz que Marcos não se reportou ao conselho fiscal e foi questionado pelos associados e pela própria secretária.
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Leia a nota na íntegra:
Venho a público esclarecer declarações distorcidas com a única finalidade de macular a minha imagem perante a opinião pública, desmerecendo minha vida pública voltada às causas sociais e luta por dias melhores para a população brasileira, em especial a do Amazonas, estado onde nasci e onde atuo intensamente em causas direcionadas para grupos prioritários.
O IAJA é uma instituição, que há mais de 10 anos, executa inúmeros projetos sem nunca terem sido apontada conduta ou prestação de contas irregulares. Esse histórico de ações contínuas e eficientes a credenciou para concorrer ao edital dos Comitês de Cultura.
Os Comitês de Cultura têm desempenhado um papel importante na qualificação, na divulgação e no apoio à projetos de trabalhadores.
Desconheço, a transcrição de gravação onde supostamente converso com o ex-presidente do IAJA. Reuni com este senhor, mas nunca no sentido de interferir na condução administrativa do Comitê de Cultura.
1) Muitas pessoas colaboraram para a construção da política pública que resultou na criação dos Comitês. No caso do Amazonas, artistas comprometidos com o acesso democrático da população às atividades e bens culturais. Estes atores, Independentemente de preferência política ou partidária, deveriam, a nosso ver, ter protagonismo nas atividades do Comitê. Isso foi exposto e não imposto como foi ventilado pelo ex-dirigente;
2) O ex-presidente tratou o projeto de forma personalista e inconsequente, tomando decisões sem consultar os demais membros do IAJA e do próprio Comitê de Cultura, não se reportou ao Conselho Fiscal, sendo por isso questionado pelos associados e por mim, particularmente, sem que em nenhum momento tenha reivindicado qualquer tipo de benefício pessoal e muito menos ilegal;
3) Esse tipo de comportamento foi apenas um dos motivos que levaram o ex-presidente a ser destituído do cargo, além de não ter prestado contas ao Conselho Fiscal e ter acumulado denúncias de assédio moral a membros associados e colaboradores de projetos, fatos registrados em boletins de ocorrência e em procedimento interno que resultou em sua exclusão.
Tenho mais de 20 anos dedicados à luta do povo e nunca estive ligada a prática de nenhuma ilicitude. Adotarei os caminhos legais para comprovar a lisura de meus atos e de cobrar a punição para pessoas que estão descompromissadas com a verdade e focadas apenas em projetos pessoais de poder.