Da Redação
MANAUS – O presidente do boi bumbá Garantido, Antônio Andrade, disse que vai processar todos que escrevem ofensas pessoais contra ele nas redes sociais e que o Garantido, embora tenha obtido notas maiores que o Caprichoso sem o descarte previsto em regulamento, perdeu o Festival de Parintins porque não teve dinheiro para pagar a tecnologia necessária para realçar as alegorias.
Ele disse ter sido atingido por uma série de acusações infundadas, que não têm como ser provadas, após a divulgação do resultado que declarou o ‘contrário’ campeão. E que todos que escreveram ofensas sobre ele nas redes sociais vão ser processados.
Sem citar nomes, Andrade atribui a “um ex-presidente, que está doido para voltar”, a origem das postagens contra ele. “Esta semana eu vou entrar com várias ações judiciais contra esse grupo e seus líderes porque nas redes sociais eu fui muito atacado, chamado de ladrão. Eles falam, os outros reverberam, sem saber”, disse.
“Infelizmente, as redes sociais é isso né? As pessoas veem uma notícia e em vez de procurar saber [a verdade], vão compartilhando. Conversei com meus advogados, fizemos uma busca nas redes sociais e vamos começar com vários processos essa semana para que as pessoas parem de estar compartilhando coisas que elas não sabem nada sobre aquilo e simplesmente compartilham, como se fosse bonito chamar todo mundo de ladrão”, afirmou.
“Uma coisa é o direito de expressão, constitucional. E quando alguém se coloca num cargo político, o Garantido é uma grande nação, você tem que ter a capacidade de receber críticas. É um direito de qualquer sócio do boi, de qualquer cidadão, fazer crítica, de se expressar, de dar opinião”, disse Antônio Andrade, que alertou que quem passou dessa linha, responderá judicialmente.
“Ninguém precisa concordar com minha forma de administrar e se discordar pode criticar. Pode me chamar de incompetente, como administrador, qualquer coisa que seja opinião. Isso é uma coisa. Agora quando você parte para o crime que é chamar alguém de ladrão e você não tem como provar, aí eu acho que o dirigente que simplesmente aceitar isso, sem processar os que lhe chamam de ladrão, eu acho que ele está aceitando que ele é”, afirmou.
Antônio Andrade disse que temeu por sua integridade física e do levantador David Assayag, também muito criticado nas redes sociais. “A situação foi para um caminho passional. O David é um senhor de idade, o David tem os seus problemas, de não enxergar, e a integridade física do David estava correndo perigo, como a minha. Foi uma coisa muito complicada”.
Explicações para a derrota
Sobre a saída de Sebastião Júnior, o gestor disse que espera que o cantor resolva o problema do calo nas cordas vocais e volte para ser o único apresentador do Garantido. “O administrador tem que saber escutar a galera, aqueles que ele lidera. Ele é o levantador que tem a melhor empatia com a galera. Espero que ele resolva o problema. Acho que precisa operar”.
Antônio Andrade reconhece ter sido um erro colocar três levantadores. “Se o Sabá tivesse falado com a gente lá atrás, colocado suas condições de só assinar o contrato se fosse o único levantador, a gente tinha repensado o processo, porque já sabia que não daria os três. Foi um erro do ponto de vista político. Mas do ponto de vista técnico, não”.
Outro erro admitido por Andrade foi a concepção das apresentações. Ele reconhece que a agremiação apostou numa tecnologia que não foi usada em razão de falta de dinheiro. “Apostamos numa tecnologia que infelizmente não tivemos condições de pagar”.
Antônio Andrade considerou justo o resultado do 55º Festival Folclórico de Parintins, mas explicou que a falta de dinheiro para contratar a tecnologia planejada foi fundamental para a derrota.
“Ganhamos no bloco A, o bloco musical. Ganhamos no bloco B, cênico-coreográfico. E perdemos no bloco C porque o Garantido programou um boi para a gente usar uma tecnologia que infelizmente não conseguimos pagá-la, em razão do atraso no recebimento de alguns patrocínios. Quando esse dinheiro chegou a gente não podia mais pagar essas tecnologias. Como a gente tinha preparado as alegorias para um tipo de tecnologia, elas não ficaram bonitas, não ficaram boas. Com isso houve a derrota no bloco C. É a primeira vez que o bloco C define o Festival”, justifica.
“Se alguém me perguntar se o resultado foi justo, eu respondo que sim, foi justo. Apesar do descarte. Se não houvesse descarte de notas, se todas as notas dos jurados valesse, nós teríamos ganho”.
O presidente considera que a agremiação conseguiu corrigir alguns erros históricos nas apresentações de 2022. “O Garantido tinha uns problemas crônicos, onde a gente sempre perdia, e nós ganhamos esse ano. Por exemplo, tribos indígenas, coreografia, que a gente não vencia há muito tempo. Organização do conjunto folclórico também ganhamos”.
As afirmações foram feitas em entrevista ao programa O A da Questão na manhã desta segunda-feira (4), transmitido pelas redes sociais do Amazonas Atual. Além da análise administriva, Andrade também explicou a saída dos levantadores David Assayag e Edílson Santana.
Confira a entrevista na íntegra.