Por Feifiane Ramos, do ATUAL
MANAUS – Amazonas fechou o ano passado com 2,2 milhões de pessoas na pobreza, o que representa 55,1% da população. Os dados são da SIS (Síntese de Indicadores Sociais) divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na quarta-feira (6). Dos 2,2 milhões, 438 mil pessoas viviam na condição de extrema pobreza (10,5%).
A pesquisa usou os parâmetros do Banco Mundial, que define como extrema pobreza pessoas em domicílios que ganham menos de R$ 195,00 por mês. Já as pessoas em situação de pobreza, são aquelas que tinham rendimento de R$ 623,00 mensais.
O Amazonas lidera a taxa de pobreza na região Norte, e fica atrás apenas do Maranhão no cenário nacional, com um percentual de 55,1%. Embora o estado tenha registrado uma diminuição em comparação com os dados de 2021, quando o índice atingiu 58,4%, ainda enfrenta desafios significativos
A pesquisa abrangeu a análise do padrão de vida e distribuição de renda, a estrutura econômica e o mercado de trabalho, as condições de moradia e a educação.
Em 2022, a SIS mostrou uma redução de 103 mil pessoas no grupo dos pobres, indicando um leve progresso na luta contra a pobreza. No entanto, as disparidades econômicas persistem, destacando a necessidade de políticas públicas mais robustas para combater a desigualdade e proporcionar oportunidades igualitárias para todos os cidadãos amazonenses.
Com 438 mil pessoas na extrema pobreza (10,5%), o Amazonas esteve 4,6 pontos acima dos percentuais nacionais registrados em 2022, que era de 5,9%. É o estado da região Norte com a maior índice de pobreza extrema.
O índice de pobreza no Amazonas é superior à média da Região Norte, de 8%, sendo o segundo colocado no ranking regional em quantidade de pessoas com privação severa de necessidades humanas básicas, como comida, água tratada, saúde, informação e abrigo. O Acre lidera nesse aspecto, com 14%.
O ranking nacional em extrema pobreza é liderado por Maranhão (15,0%), Acre (14,0%) e Alagoas (13,1%). O Amazonas ficou em 9° lugar. A região brasileira com maior percentual na extrema pobreza foi a Nordeste (11,8%), com cerca de 6,8 milhões de pessoas.
Redução da extrema pobreza
Apesar dos índices, o levantamento mostrou que houve redução de 5,7 pontos percentuais da extrema pobreza em comparação com o ano anterior, saindo de 16,2% para os atuais 10,5%. Isso representa uma melhoria para 226 mil habitantes, que deixaram a condição entre 2021 e 2022.
Entretanto, é importante considerar o contexto da pandemia que pendurou até 2021 e influenciou negativamente a renda da população. Os desafios econômicos enfrentados pela região amazônica, aliados aos efeitos prolongados da crise sanitária, destacam a urgência de ações efetivas para combater a extrema pobreza.
“Embora o Amazonas tenha melhorado o percentual da extrema pobreza em relação a 2021; o Estado ainda ocupa uma incômoda posição na comparação com outras unidades da federação. Mesmo em termos regionais, o Estado tem a segunda pior posição da Região Norte”, afirma o supervisor de Divulgação do IBGE no Amazonas, Adjalma Nogueira.