Da Redação
MANAUS – O Amazonas está entre os estados que tiveram interrupção no processo de queda da transmissão da Covid-19 e apresenta estabilidade, segundo o Boletim InfoGripe da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Divulgado na sexta-feira, 30, o boletim analisa os registros do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe no período de 18 a 24 de abril.
O InfoGripe mostra que nenhum dos 27 estados apresenta sinal de crescimento até a Semana Epidemiológica 16 e 23. Apesar desse quadro, todas as regiões ainda se encontram-se na zona de risco, conforme o estudo.
Além do Amazonas, também registram interrupção no processo de queda o Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Outros estados apresentam redução no ritmo de contágio como Bahia, Ceará, Paraná, Santa Catarina, Tocantins.
Apesar da estabilidade, ha estados com ritmo de contágio superior aos picos observados em 2020, como é o caso de Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins. Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, e Rondônia também estão estáveis.
Maranhão, mesmo sem aumento de casos, também não registrou queda no contágio desde março.
Capitais
A estabilidade ocorre tambem nas capirais. Vinte e uma delas registraram queda no contágio, com destaque para o Rio de Janeiro que reduiu o número de casos e mortes.
Algumas capitais, que até então apresentavam sinal de queda, dão sinais de possível interrupção ainda em patamares extremamente elevados. É o caso de Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Natal (RN) e Teresina (PI), confirmando a sinalização apresentada na Semana Epidemiológica 14. Curitiba (PR) também apresenta situação similar, principalmente para as notificações provenientes de unidades de administração pública.
Cautela
Em um momento em que o país registra mais de 400 mil mortes pela Covid-19, o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, afirma que esses sinais reforçam a importância da cautela em relação à flexibilização das recomendações de distanciamento para redução da transmissão da Covid-19, enquanto a tendência de queda não for mantida por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos.
Gomes alerta que a retomada das atividades de maneira precoce pode levar a um quadro de interrupção da queda ainda em valores muito distantes de um cenário de segurança. “Tal situação, caso ocorra, não apenas manterá o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos como também manterá a taxa de ocupação hospitalar em níveis preocupantes, impactando todos os atendimentos, não apenas aqueles relacionadas às síndromes respiratórias e Covid-19”, diz o pesquisador.