Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – Com 917 homicídios em 2019 entre jovens de 15 a 29 anos, o Amazonas foi o único estado em que houve aumento no número de mortes desse tipo nessa faixa etária. Em 2018, foram 859 homicídios, um crescimento de 6,8%. O dado consta no Atlas da Violência 2021, divulgado nesta terça-feira (31). O levantamento também mostra que o Amazonas foi o único com aumento na quantidade de homicídios na população em geral nesse período.
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O levantamento traz dados desde 2009. Considerando a série histórica dos últimos 11 anos, foram 333.330 pessoas de 15 a 29 anos vítimas da violência letal no Brasil. Segundo o Atlas, no país a violência é a principal causa de morte dos jovens. “Dos 45.503 homicídios ocorridos no Brasil em 2019, 51,3% vitimaram jovens entre 15 e 29 anos”, informa o estudo.
A taxa de homicídios nessa faixa etária no Amazonas ficou em 76,3 mortos a cada 100 mil habitantes, um aumento de 5,4% se comparado a 2018, que registrou índice de 72,3/100 mil habitantes. O estado ficou em sexto lugar nesse indicador, acima da média nacional, que foi de 45,8 jovens mortos em homicídios por 100 mil habitantes em 2019.
A pesquisa faz um recorte e avalia a quantidade de homicídios de jovens do sexo masculino, indicando que o risco de ser vítima de um homicídio não está igualmente distribuído entre todos os jovens. “A característica mais marcante desse grupo é o sexo: os homens representaram 93,9% do total de jovens vítimas em 2019. Em 2018, essa proporção foi praticamente a mesma, 94,1%, mudando pouco, ao longo dos anos e décadas”, diz o levantamento.
Em 2019, foram 861 homens nessa faixa etária que morreram por homicídio no Amazonas. A taxa de incidência foi de 141,6 homens jovens mortos a cada 100 mil habitantes.
O Atlas da Violência é organizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Instituto Jones dos Santos Neves. Usa dados do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade) e do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) do Ministério da Saúde.