O lema da Câmara Itinerante do Congresso é “aproximar o legislativo federal da população de Estados e municípios”, mas em Manaus, ele passou longe da realidade. Na manhã desta segunda-feira na ALE (Assembleia Legislativa do Estado), o evento presidido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), teve a entrada restrita aos movimentos populares, com a cobrança do credenciamento antecipado. Os representantes de movimentos que foram à ALE reclamaram que não houve divulgação nos meios de comunicação sobre a necessidade do credenciamento. Resultado: a Câmara Itinerante que era para o povo ficou restrita a um grupo de autoridades formado, principalmente, pelos próprios deputados estaduais, que passaram parte da manhã a tecer elogio ao peemedebista de Brasília. O único parlamentar a questionar o caráter do encontro com nota à imprensa foi José Ricardo (PT) que disse: “Só entrou (na reunião) quem já estava credenciado, ou seja, a classe política e alguns convidados. Não se sabe qual foi o critério. Mas não seria uma Câmara Itinerante para ouvir o povo?”. A baixa adesão não ficou restrita ao povo. A presença da imprensa local foi tímida. Agora, não se sabe se os jornalistas faltaram ao encontro em função da obrigatoriedade do credenciamento ou se pela pouca importância que deram à visita do presidente da Câmara dos Deputados a Manaus.