MANAUS – Nesta semana iniciada no dia 7, depois de uma leve abertura de atividades feita pelo Governo do Amazonas, começaram aumentar as pressões para a liberação de outros setores do comércio.
Ainda não é hora de liberar geral. Por duas semanas, desde que o sistema de saúde entrou em colapso e faltou oxigênio nos hospitais públicos e privados, houve uma calmaria e aceitação das medidas de restrição no Estado e, principalmente, na capital Manaus, onde a Covid-19 foi muito mais perversa.
Na semana passada, houve aumento do número de pessoas nas ruas, visivelmente comprovado pelo aumento da circulação de veículos.
As medidas de restrição, que não chegaram a ser um lockdown como se conhece na Europa, com ruas vazias, contribuíram para reduzir o número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus e, consequentemente, as mortes. Mas a queda ainda está longe de ser motivo de comemoração.
Nesta segunda-feira, 8, o boletim diário de Covid-19 divulgado pela FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas) traz a comprovação de mais 114 mortes, das quais 84 ocorridos em Manaus.
O número de sepultamentos em Manaus, que é um termômetro para as mortes causadas por Covid-19 caiu, mas ainda está três vezes maior do que a média diária antes da pandemia. Nesta segunda-feira, foram 89 enterros nos cemitérios da capital depois de um domingo com 146.
A média antes da pandemia eram 30 sepultamentos diários em Manaus. Em 15 de janeiro tivemos o recorde de 213, e no dia 16, 202. Nesses dois dias estão os mortos pela falta de oxigênio na capital. Mas os números se mantiveram acima de 150 sepultamentos até o fim de janeiro e nos primeiros dias de fevereiro.
O número de leitos ainda é escasso, apesar de a oferta ser três vezes maior do que na primeira onda da pandemia, entre abril e maio de 2020. Criou-se novos leitos quase que diariamente nos últimos dois meses na rede pública e privada, e mesmo assim, o Amazonas precisou transferir 537 pacientes desde o dia 15 de janeiro até esta segunda-feira, 8, para outros Estados da federação.
As autoridades de saúde ainda mantêm o Estado na categoria “roxa”, quando a situação da pandemia está muito grave.
Talvez no fim desta semana seja possível começar a liberar outras atividades econômicas, quando os hospitais já forem capazes de suportar a demanda de novos pacientes de Covid-19.
Liberar agora significaria jogar por terra todo o esforço que a sociedade aceitou fazer até aqui.
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