
MANAUS – Começo esse texto pelo título: Ainda é cedo para criticar o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), suas escolhas para os ministérios e suas decisões anunciadas até aqui. Qualquer crítica sobre as decisões é mera especulação. No entanto, não é pecado nenhum fazer críticas pontuais às falas e ao comportamento do futuro presidente da República.
Neste espaço do blog, inclusive, já foram lançadas duas críticas: a primeira, sobre a ameaça de cortar verba publicitária do jornal Folha de S.Paulo por ter, durante a campanha, publicado matérias que desagradaram ao então candidato e que ele considerou notícias falsas; a segunda – que não é dirigida a Bolsonaro diretamente –, a aceitação imediata do juiz Sérgio Moro para ocupar a pasta da Justiça.
Sobre a fusão de ministérios, há que considerar apenas o seguinte: elas vão realmente representar economia de recursos financeiros à União ou o resultado prático será apenas a concentração de poderes em uma pessoas, como é o caso de Paulo Guedes no Ministério da Economia?
Os ministérios que serão fundidos cumprem, cada um a seu modo, uma função importante na economia e não poderão deixar de fazê-lo. Por exemplo: o Ministério do Planejamento é responsável por toda a política de pessoal do União, incluindo a realização de concursos públicos, pelo Orçamento, pelo patrimônio da União, entre outras. Toda essa estrutura será mantida. A economia será apenas com a extinção de dois ou três cargos?
Mais importante do que reduzir o número de ministérios é cortar cargos comissionados, reduzir os “presentes” aos aliados, cortar privilégios dos poderes, criar mecanismos para coibir a sonegação de impostos e ajustar a carga tributária para que quem ganha mais pague mais e estancar a sangria de dinheiro com o pagamento de uma dívida pública que só cresce, sem que ninguém saiba de onde ela veio e quanto já foi pago.