Da Redação
MANAUS-AM – A adesão de presos a programas de redução de pena incomoda as facções criminosas no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim, disse o secretário de Segurança Pública do Amazonas Louismar Bonates. Segundo ele, esse pode ter sido um dos motivos para o massacre de 15 detentos no presídio, nesse domingo, 26. “A atual administração está incentivando o sistema de trabalho para redução de pena e muitos presos vêm aderindo. Isso parece estar incomodando as lideranças e pode ser a causa desse conflito”, afirmou o secretário à ‘Folha de S. Paulo’.
Bonates disse que no momento em que a confusão começou, muitos familiares que estavam no presídio correram para a quadra e outros para os corredores, em uma tentativa de evitar o confronto com a polícia. “Eles não fazem os familiares de escudo humano, o que acontece é que alguns familiares, nessa situação, preferem ficar no presídio para evitar a intervenção das forças de segurança, na tentativa de que eles consigam apaziguar os ânimos”, disse.
Os presos foram assassinados por enforcamento e a golpes de estoque improvisados com escovas de dente. Os mortos foram atingidos no estômago, coração e pescoço.
O Compaj foi palco de uma das maiores chacinas ocorridas em presídios brasileiros: em janeiro de 2017, uma briga entre facções rivais, seguida de um motim que durou 17 horas, deixou 59 mortos.
Em 2017, na mesma semana da rebelião no Compaj, mais quatro detentos foram assassinados durante um motim na Unidade Prisional de Puraquequara (UPP), também em Manaus, e, seis dias depois, uma nova rebelião, desta vez na Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, localizada no centro da capital amazonense, terminou com mais quatro mortos.