Da Redação
MANAUS – Ação do Ministério da Saúde em Manaus é garantir pessoal e equipamentos. Em entrevista online nas redes sociais na noite desse domingo, 3, Eduardo Pazuello, secretário-executivo do Ministério da Saúde, informou que, além dos 270 profissionais que atuarão como reforço, os equipamentos que chegaram a Manaus foram retirados da fábrica antes de chegar ao estoque do governo federal devido à necessidade do Amazonas. Na entrevista, participaram também o governador Wilson Lima e o ministro da saúde, Nelson Teich.
Com a escassez de insumos e capacidade de produção de respiradores abaixo da demanda, o processo de aquisição dos ventiladores mecânicos pula etapas. “A nossa realidade de número de equipamentos é em torno de 180 a 200 por semana. É um número muito pequeno para o Brasil como um todo. Já estamos buscando equipamentos na linha de produção. Esses que vieram para Manaus foram retirados de dentro da linha de produção. Nem chegou a embarcar e ir para os nossos depósitos”, afirmou Pazuello.
Como parte das demandas do estado, o governo federal entra também com profissionais para trabalharem nos hospitais. “Estamos começando agora a disponibilizar recursos humanos da área de saúde. São 270 pessoas aproximadamente, já nos detalhamentos finais e na capacitação aqui em Manaus. Lógico que nós estamos pegando também dentro desses cadastros profissionais de Manaus que estavam disponíveis”, disse Pazuello.
Nelson Teich explica que o Ministério faz um monitoramento para identificar as localidades com maior risco de colapso na saúde. “A gente mapeia o Brasil inteiro de forma detalhada e a gente já consegue antecipar locais onde possivelmente a doença vai crescer rápido e sobrecarregar o sistema. E isso a gente vai intervir precocemente para que danos maiores não aconteçam”, disse o ministro.
Desta forma, o foco é ir direto onde está o problema, o que motivou a vinda à Manaus, segundo Pazuello. “Nós não trabalhamos mais de forma linear. Estamos trabalhando agora com foco onde o problema está acontecendo mais gravemente, essa é a prioridade. Claro que tudo aquilo que já está planejado, de caminhar paralelo, está acontecendo para os outros estados e municípios. Mas aquelas cidades ou estados que estão nesse nível de risco e com a prioridade alta é onde nós temos reforçado o apoio e aproximado como nós estamos hoje vindo à Manaus”, disse.
De acordo com o governador Wilson Lima, o Amazonas recebeu nos últimos dias 45 respiradores e 3 toneladas de equipamentos de proteção individual. “Nós já recebemos nos últimos dias 45 respiradores, sendo 25 de beira leito e mais outros 20 de transporte. Esses outros de transporte são fundamentais sobretudo os nossos irmãos do interior. Nós também recebemos 3 toneladas de equipamentos de proteção individual, e aí tem máscara, avental, além de álcool em gel”, disse.
Vacina
Teich disse que o Ministério acompanha as pesquisas ligadas ao desenvolvimento de medicamentos e que no momento, a vacina ainda está longe. “Vacina é um pouco mais difícil, vai demorar um pouco mais. Mas a gente acompanha diariamente o que está acontecendo na área de medicamentos. Temos estudos em andamento no Brasil. Por exemplo, semana que vem já vamos ter um dado preliminar. Talvez já saia alguma conclusão sobre os estudos com hidroxicloroquina no Brasil. São quase 100 hospitais que estão trabalhando nesse programa de pesquisa”, disse.
Como com os respiradores e insumos, o ministro prevê uma corrida pela vacina. “Sabemos que tem programas e pesquisas em vacina. A gente já tem que antecipar e contactar essas indústrias para que a gente consiga ter um pedaço disso quando surgir uma possível vacina. Porque caso contrário, podemos ficar a reboque de países mais ricos por exemplo que podem ter negociações anteriores”, alertou.