Da Redação
MANAUS – A Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Ciclomotores) considera precipitado tomar decisões com base na redução da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). “É algo que nos preocupa, mas ainda é prematuro tomar decisões. Por enquanto estamos mantendo o investimento e os objetivos na Zona Franca”, disse Marcos Fermanian, presidente da entidade. A declaração, nesta terça-feira (12), ocorreu em encontro virtual com a imprensa para divulgar os resultados do setor no primeiro trimestre de 2022.
A produção de veículos de duas rodas, além de triciclo e quadriciclo, é concentrada em Manaus onde as empresas são isentas do IPI.
A fabricação de motocicletas no PIM (Polo Industrial de Manaus) foi de 327.139 unidades de janeiro a março deste ano, aumento de 37,8% na comparação com os três primeiros meses de 2021 (237.401 mil motocicletas). Em março foram fabricadas 136.350 motocicletas, alta de 27,4% em relação a fevereiro (107.046 unidades) e de 8,4% na comparação com o mesmo mês de 2021 (125.756 unidades).
Na avaliação de Marcos Fermanian, as linhas de produção das unidades fabris seguem em curva ascendente. “A tendência agora é manter o ritmo de produção e, com isso, atender aos consumidores que aguardam uma motocicleta nova”.
Apesar da dificuldade das associadas com o abastecimento de peças e componentes, “uma dor de cabeça”, segundo Fermanian, a demanda por motocicletas permanece aquecida e a Abraciclo mantém a perspectiva de fabricar 1.290.000 motocicletas em 2022, volume que representa aumento de 7,9% na comparação com o ano passado (1.195.149 unidades).
Fermanian destaca, no entanto, que a associação acompanha atentamente a conjuntura macroeconômica que influencia desde o abastecimento e o desempenho das cadeias produtivas até a alta as taxas de juros e do frete. “Essas variáveis podem afetar o poder de compra do consumidor e impactar a demanda por motocicletas”.
“A motocicleta é um veículo ágil, econômico, com preço acessível e de baixo custo de manutenção. A procura cresceu muito durante a pandemia, com o aumento dos serviços de entrega e o maior uso nos deslocamentos urbanos para evitar a aglomeração do transporte público”, explica. “A elevação nos preços dos combustíveis também tem levado mais pessoas a olharem para a motocicleta como uma alternativa”, completa.
Segundo levantamento da Abraciclo, as motocicletas de baixa cilindrada (até 160 cilindradas) responderam por 82,5% dos licenciamentos em março, com 90.765 unidades. Os modelos de 161 a 449 cilindradas tiveram 15.877 unidades emplacadas, o que representa 14,4% dos negócios. As motocicletas acima de 450 cilindradas totalizaram 3.398 licenciamentos, o que representa 3,1% do mercado.
Com 22 dias úteis, a média diária de vendas em março foi de 5.002 unidades – o melhor resultado para o mês desde 2015, que teve 5.659 motocicletas licenciadas. Na comparação com fevereiro, que teve 20 dias úteis, houve aumento de 33,4% (3.749 unidades/dia vendidas). Em relação ao mesmo mês do ano passado, com um dia útil a mais, o crescimento no volume de negócios foi de 84,8% (2.707 motocicletas vendidas/dia).
Mercado por região
Com 106.012 unidades emplacadas e 38,6% de participação no mercado, a região Sudeste é o principal mercado das motocicletas produzidas no PIM. O Nordeste ficou em segundo lugar no ranking (83.699 unidades e 30,5% do mercado), seguido pelo Norte (30.444 motocicletas e 11,1%), Sul (27.966 e 10,2%) e Centro Oeste (26.552 unidades e 9,7%).
No ranking mensal, as posições foram mantidas: Sudeste (41.380 motocicletas e 37,6% do mercado), Nordeste (33.525 unidades e 30,5%), Norte (12.200 motocicletas e 11,1%), Sul (11.600 unidades e 10,5%) e Centro Oeste (11.335 motocicletas e 10,3%).Exportações
No primeiro trimestre foram exportadas 10.587 motocicletas, retração de 19,6% na comparação com o mesmo período do ano passado (13.165 unidades). Segundo dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, a Argentina foi o principal mercado, com 3.137 unidades e 29,7% do volume total exportado. Em segundo lugar, ficou a Colômbia (2.024 motocicletas e 19,2% das exportações), seguida pelos Estados Unidos (1.996 unidades e 18,9% do volume exportado).
Em março, o volume de exportações de motocicletas totalizou 3.944 unidades, o que representa uma alta de 19% na comparação com fevereiro (3.315 motocicletas). Em relação ao mesmo mês de 2021, no entanto, houve queda de 37,7% (6.335 unidades).
Os principais parceiros comerciais foram os mesmos do primeiro trimestre: Argentina (1.277 motocicletas e 49,6% das exportações), Colômbia (716 unidades e 27,8%) e Estados Unidos (312 motocicletas e 12,1%).