“O tempo não para. Só a saudade faz as coisas pararem no tempo”
(Mário Quintana)
Nas décadas de 1960 e 1970, Serraria viveu momentos de glória, abundância, prosperidade e apogeu econômico. Época de fartura, de “barriga cheia”, como se diz no linguajar coloquial.
Naquele período, ainda adolescente vivíamos felizes e não sabíamos. Eu era uma criança pobre-rica, desfrutando de Serraria o que ela tinha de melhor.
Passaram-se quase 40 anos e retorno ao município, para rever amigos, matar saudades da minha infância.
Fiquei um tanto desolado com o que vi. Senti, de pronto que, o progresso não grassava por ali. Visitando alguns municípios da redondeza, a exemplo de Borborema, Bananeiras, Solânea e Casserengue, ao reverso de Serraria notei que o desenvolvimento nessas regiões se fez presente, embora Serraria à época fosse mais desenvolvida que tais cidades.
E Serraria, parou no tempo?
Para essa pergunta, nada melhor do que o próprio tempo para respondê-la, juiz de todos os atos.
Me atrevo, entretanto, a dizer que o progresso, na princesa do brejo, ainda estar pra chegar, e vai demorar muito; talvez décadas para se tornar rainha.
O período fausto daqueles anos passou necessariamente pelos prefeitos Antônio Carvalho, Severino Cavalcante, Ovidio Duarte, Nélio Wanderley, dentre outros que não me vêm à memória.
Um município autosustentável não pode prescindir de uma economia forte, porque o desenvolvimento está umbilicalmente sintonizado com a economia, e naquela época, alguns serrarienses ilustres e empresários concorreram para que tal progresso existisse. Só pra citar uns. a exemplo de Chico Néco, Ernani Lucena, Zito Carvalho, Zezinho Afonso, Misael Mendes, Terêncio Wanderley, Eduardo Rocha, Manoel Rocha, Valdemar Duarte e Judimar Duarte (Juju), Otalicio Amaro, Chico Wanderley, José Teodósio e Euclides Martins.
Se esses prefeitos e empresários, que ao longo dos anos fizeram uma Serraria pujante e alvissareira voltassem ao presente, certamente o povo lá residente teria condição de vida melhor; e talvez a princesa do brejo fosse candidata a ser rainha, economicamente.