MANAUS – A foto acima é de uma rua da zona norte de Manaus e foi postada no site da Câmara Municipal de Manaus por um vereador. Ele faz uma média, diz que visitou comunidades e solicita da Seminf (Secretaria Municipal de Infraestrutura) uma operação taba-buracos nas vias.
Posto a foto porque ela diz muito de um trabalho “porco” que é feito nas ruas de Manaus, principalmente nos bairros da periferia da cidade. Qualquer idiota sabe que uma via sem a devida declividade para evitar que a água da chuva fique empoçada sofrerá as consequências do tráfego de veículos.
Sem o devido escoamento da água do centro da pista para as laterais, haverá infiltração do solo e, consequentemente, o asfalto será danificado, provocando a buraqueira comum nas ruas.
A imagem acima é o retrato da regra na construção de vias em Manaus. E o que tem a ver esse problema com a “engenharia” incluída no título deste artigo? É que toda obra pública ou particular precisa, obrigatoriamente, de um projeto básico e um projeto executivo assinado e acompanhado por engenheiro. Nas obras pública, muitas vezes, pelo menos nas placas, aparecem nomes de vários engenheiros.
A justificativa para tal exigência é que só esse profissional está habilitado a assinar projetos de obras porque só um engenheiro pode garantir a segurança necessária de empreendimento ou de uma obra de engenharia civil. E quando o projeto dá errado, o que acontece? No caso das obras pública, nada. Nunca um engenheiro foi responsabilizado, por exemplo, por uma via que não resiste a dois invernos amazônicos.
Culpa-se o município pela falta de ação para corrigir o problema da buraqueira. Mas as obras, pelo menos na legislação brasileira, têm garantia de 5 anos. Se nesse período uma via não resistir à ação das chuvas (e isso é comum em Manaus), não deveria a empresa construtora ser responsabilizada? O engenheiro ou os engenheiros que assinaram o projeto não deveriam ser responsabilizados por não preverem a ação da natureza?
A olho nu, como mostra a imagem acima, é possível perceber que não há qualquer preocupação com a qualidade das obras de pavimentação das vias. Ou é falta de conhecimento técnico (o que não se admite em um profissional de engenharia que assina um projeto) ou é má fé (com o objetivo de manter as ruas sempre em estado de desgraça para que não falte serviço às empresas que depois vão consertar os estragos).
É um problema que precisa ser combatido. Que autoridade se habilita?
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