MANAUS – Os professores da educação infantil e do ensino fundamental do município de Beruri (a 173 quilômetros de Manaus) vão realizar às 17h desta sexta-feira uma assembleia para discutirem os problemas que vêm enfrentando na cidade. Com salários atrasados, falta de merenda escolar para as crianças, sem diesel para abastecer as embarcações e veículos que atendem a zona rural e falta de material escolar, pelo menos 2oo professores que ministram aulas em 83 escolas da zona rural da cidade tiveram seus contratos suspensos no início do mês pelo prefeito Odemilson Lima Magalhães (PSD).
A alegação do prefeito é que houve uma queda do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), de onde sai o recurso para pagar os professores temporários, além de ter sido obrigado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e pelo Ministério Público do Estado (MPE). Pelo menos 3,5 mil crianças estão sem aula. A informação é do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), que recebeu a denúncia do representante sindical de Beruri, Ageu Lima de Oliveira.
O comunicado verbal foi feito na quinta-feira passada, dia 3. A partir daí, as aulas da zona rural foram suspensas. “Ele não apresentou nenhum documento provando isso. Precisamos ter acesso às contas e a essa recomendação do TCE e MPE”, diz o presidente do Sinteam, Marcus Libório.
Além disso, a prefeitura não pagou nem os trabalhadores contratados e nem efetivos pelo serviço referente ao mês de agosto. A data estipulada era o dia 10 de setembro. “Ele só pagou uma parte do salário. Diz que não tem dinheiro e não nos deu outro prazo”, afirma Ageu. O sindicalista diz que a categoria vai pressionar o prefeito a pagar e manter as aulas na zona rural.
O AMAZONAS ATUAL procurou o prefeito Odamilson Lima para questioná-lo sobre o fato, mas ele não pôde atender à ligação telefônica, segundo seu secretário particular que se apresentou como Nonato, porque estava numa reunião de trabalho. O secretário orientou a reportagem a ligar para um dos advogados da prefeitura, ao ser informado do assunto, o advogado afirmou que só o prefeito poderia prestar esclarecimentos.