Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Em um abaixo assinado, 4,6 mil trabalhadores do PIM (Polo Industrial de Manaus) repudiam o Decreto nº 10.979/2022, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, que reduziu para 25% o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a indústria nacional. O grupo alega que a medida prejudica a Zona Franca de Manaus.
O tema foi abordado nesta segunda-feira (7) por vereadores da Câmara Municipal de Manaus. Na tribuna, o vereador Sassá da Construção Civil (PT) mostrou a lista com as assinaturas dos trabalhadores de empresas multinacionais como Honda, Yamaha, Samsung e LG, que, segundo ele, estão revoltados com o decreto e preocupados com seus empregos.
De acordo com Sassá, as assinaturas serão apresentadas ao prefeito David Almeida (Avante) para reforçar a carta aberta assinada por entidades políticas e empresariais do estado amazonense divulgada na quarta-feira (2). “Eu falei com o prefeito para juntar essa moção dos trabalhadores com o documento que foi feito”, disse Sassá.
As assinaturas estão sendo colhidas pelo Sintracomec-AM (Sindicato dos Trabalhadores de Montagem e Indústria da Construção Civil do Amazonas) e pelos chamados cipeiros, que são trabalhadores escolhidos para fiscalizar a empresa e as condições de trabalho. “Os cipeiros pegaram a maioria das assinaturas nas portas da fábricas”, afirmou Sassá.
A discussão sobre os efeitos do decreto repudiado pelos trabalhadores gira em torno de perdas e ganhos para a Zona Franca de Manaus, como mostra a reportagem publicada pelo ATUAL neste domingo (6). Há políticos e economistas que decretam “a morte da Zona Franca” e os que advogam que o “modelo não será afetado”.
Nesta terça-feira (8), técnicos da Sefaz (Secretaria de Fazenda do Amazonas) devem se reunir com membros do Ministério da Economia para tratar do decreto. O encontro, no entanto, não terá a participação do titular da pasta, Paulo Guedes. O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), tenta articular uma reunião com Guedes.