Da Redação
MANAUS – Motoristas do transporte público de passageiros em Manaus paralisaram o trabalho na manhã desta quarta-feira, 28, no centro da cidade. Foi um protesto ao pedido de vista da desembargadora Solange Santiago, do TRT11 (Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região), do processo que envolve o reajuste salarial da categoria.
O presidente do STTRM (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Manaus), Givancir Oliveira, disse que a manifestação foi uma iniciativa de um grupo de trabalhadores sem envolvimento do sindicato. Oliveira disse que os trabalhadores ficaram indignados com a decisão. “Toda vez que tem um julgamento importante para a categoria, a mesma desembargadora pede vista e engaveta o processo. Depois de dez meses esperando pelo julgamento, a desembargadora pede vista”, disse Givancir.
“Os trabalhadores pedem que o tribunal decida sobre o reajuste. O que não dá é esperar dez meses e depois ser engavetado. Já estamos entrando para o segundo dissídio coletivo, a categoria está sendo muito prejudicada, sendo que, o primeiro dissídio não entrou na pauta”, disse Oliveira.
O presidente do sindicato explicou que o julgamento da insalubridade dos trabalhadores teve pedido de vista pela mesma desembargadora, ficou dois anos engavetado e prescreveu.
Sem aviso
Em nota, a Prefeitura de Manaus informou que a SMTU (Superintendência Municipal de Transportes Urbanos) não foi comunicada previamente sobre a paralisação dos rodoviários desta quarta-feira, no Terminal de Integração da Constantino Nery (T1). “A Prefeitura de Manaus condena a paralisação dos trabalhadores na capital por prejudicar os usuários do sistema de transporte coletivo. O prefeito Arthur Virgílio Neto tomou conhecimento do fato e lamentou que a categoria não busque o diálogo para resolver suas questões trabalhistas e apela para o bom senso dos trabalhadores, porque a população não pode ser penalizada”, diz a nota.
“A Procuradoria Geral do Município (PGM) irá avaliar o dano coletivo que a paralisação causou aos munícipes e deverá entrar com medida indenizatória em desfavor aos Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Transporte Coletivo”, conclui a Prefeitura.
Em nota, o TRT11 informou que o processo será retomado na próxima sessão. “O Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região informa que na sessão do Tribunal Pleno, de 28.02.2018, o Dissídio Coletivo n. DC 000235.43.2017.5.11.0000, em que figuram como partes, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas foi retirado de pauta, após pedido de vistas regimental da Desembargadora do Trabalho Solange Maria Santiago Morais. O processo será reincluído na próxima sessão judiciária do Tribunal Pleno, que ocorrerá no mês de março”, informou o TRT.