MANAUS – O presidente da Comissão Nacional de Ética e Disciplina do PDT, Marcos Ribeiro, confirmou nesta quinta-feira, 12, que o deputado estadual Hissa Abrahão (PDT-AM), ameaçado de expulsão do partido por votar a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados, já apresentou a sua defesa previa e foi ouvido pelo relator. Em entrevista exclusiva ao AMAZONAS ATUAL, Ribeiro afirmou que a Comissão de Ética, deve se reunir nos próximos dias para votar o caso, que depois será levado ao Diretório Nacional, que a instância julgadora, de fato. A manifestação do diretório sobre o futuro do deputado amazonense deve ocorreu no dia 30 deste mês.
De acordo com Marcos Ribeiro, a reclamação foi recebida pela Comissão Nacional de Ética e Disciplina do PDT e, em apreço ao devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, está em fase de instrução. Ele disse que o deputado Hissa Abrahão após apresentar a sua defesa foi devidamente ouvido pelo relator e por outros membros do colegiado.
“A partir daí, o relator irá apresentar o seu voto. É conveniente salientar que cada caso é um caso. Por isso, a necessidade de se avaliar os motivos da defesa. A Comissão de Ética deverá reunir-se em breve para votar cada um dos casos trazidos para a análise de forma a levar ao Diretório Nacional, que deve ser convocado especialmente para apreciar o parecer da Comissão de Ética, órgão que irá deliberar sobre o caso. Já há convocação para o próximo dia 30 de maio”, enfatizou Ribeiro.
Questionado sobre qual o motivo que pode levar o deputado amazonense Hissa Abrahão a ser expulso do partido, o presidente da Comissão de Ética explicou que o partido adotou em seu estatuto o princípio da unidade da ação partidária e que por isso não são tolerados atos de indisciplina. “Isso significa que, respeitada a mais irrestrita democracia em que qualquer filiado pode manifestar a sua opinião e defender suas ideias, uma vez apreciada determinada questão, como foi a posição do PDT a respeito do processo de impedimento da Presidente da República, em que por diversas ocasiões o partido se reuniu, discutiu e deliberou de maneira legítima que a sua bancada parlamentar fica vinculada a essa decisão (votar contra o impeachment). Caso o parlamentar não siga essa orientação, estará cometendo, em tese, ato de indisciplina, punível, dependendo da gravidade e do caso concreto, até com a pena de expulsão dos quadros do PDT”, afirmou.
A respeito da possibilidade da confirmação da votação pela expulsão de Hissa Abrahão, Marcos Ribeiro foi cauteloso e não quis adiantar qual será a decisão da Comissão de Ética. “Como Presidente da Comissão de Ética e designado como relator do caso, torna-se prudente não manifestar qualquer opinião que represente julgamento prévio. Com a experiência de militante partidário desde os primeiros tempos e a serenidade que o caso está a exigir, tudo em prol da defesa do partido, e preservando o próprio parlamentar, vamos apresentar voto que será apreciado pelos demais integrantes da Comissão de Ética no momento oportuno. Temos a função instrutória (colher defesa e provas pertinentes) e opinativa. Quem irá decidir, no final, é o Diretório Nacional”, explicou. .
Mas, apesar do período “nebuloso” em relação ao futuro político de HIssa Abrahão, que pretende disputar a eleição a prefeito de Manaus em 2016, Marcos Ribeiro disse que após a decisão do Diretório Nacional, caso o deputado amazonense continue no PDT, vai ter total apoio no pleito deste ano.
“Quanto à candidatura, ultrapassada esta fase e permanecendo o deputado nas fileiras do PDT, terá, como qualquer outro filiado, direito a postular o Executivo local. É dever do partido e seus filiados apoiarem, prioritariamente, candidatos de seus quadros”, complementou.
A assessoria do deputado Hissa Abrahão informou que ele só vai se pronunciar sobre o assunto ou seu destino nas eleições 2016, depois do dia 30 de maio, data em que o partido irá decidir pela sua permanência ou expulsão do PDT. Hissa entrou no partido em março deste ano, dias antes da votação do impeachment, exatamente para tentar viabilizar sua candidatura a prefeito de Manaus. Ele avaliou que teria mais chances na nova legenda do que no antigo partido, o PPS.