Da Redação
MANAUS – Na defesa das senadoras que ocuparam na terça, 11, a mesa diretora do Senado antes da votação do projeto de Reforma Trabalhista, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse que o episódio está longe de ser um fato inédito na Casa como denominou a imprensa nacional.
Nesse contexto, além da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), protagonista do episódio, o senador paranaense acabou fazendo referência a outra figura de destaque da política local, o atual prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB).
Requião lembrou de 14 de maio de 2009, quando o então senador Arthur Virgílio Neto, líder do PSDB, em protesto por não conseguir emplacar a CPI da Petrobras, ocupou a cadeira da Presidência no plenário, gritando: “Quero ver quem me tira daqui!”.
“Prestem atenção ao que noticiou o blog Congresso em Foco. A manchete: ‘Sem emplacar CPI, tucanos invadem a Mesa em plenário’. O plenário do Senado foi palco de algo inédito na história da instituição. Inconformados com a decisão da Mesa Diretora de não ler o pedido de instalação da CPI da Petrobras, senadores do PSDB subiram à Mesa e, em uma quebra de protocolo, assumiram a Presidência para tentar dar continuidade à sessão”, lembrou
Com base na matéria, o senador afirmou que a então segunda vice-presidente da Casa, Serys Slhessarenko (PT-MT), havia encerrado a sessão sem ler o requerimento pedindo a CPI. “Foi o que bastou para que o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio, sem alternativas, subisse à Mesa, ocupasse a cadeira da Presidência e, aos gritos e batendo na mesa, anunciasse: Quero ver quem me tira daqui. Um encanto o Virgílio na mesa dando esse grito, que, aliás, não foi dado pelas senadoras ontem”, discursou.
Requião lembrou que a reportagem dizia ainda que o “ato, da forma com o fora praticado, custaria caro a Arthur Virgílio, que poderia enfrentar um terrível processo por quebra de decoro parlamentar”.
“Se eu fosse senador e aqui estivesse, estaria ao lado de Arthur Virgílio e Tasso Jereissati porque sempre me alinhei às iniciativas de instalação de CPis, uma arma sagrada da minoria para investigar os governos. Então minoria, o PSDB foi ao extremo para marcar sua posição e denunciar ao Brasil o rolo compressor governista”, disse.
O caso das senadoras
Segundo Roberto Requião, as senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN), Vanessa Grazziotin, Ângela Portela (PT-RR), Regina Sousa (PT-PI) e Lídice da Mata (PSB-BA) agiram sob a mesma pressão.
Para ele, elas enfrentam uma representação no Conselho de Ética “por interromper o encaminhamento da terrível e escravocrata reforma trabalhista”.
“O que a maioria queria? Queria o silêncio e a passividade quando retiravam dos trabalhadores todos, reafirmo, todos os seus direitos. Que Fátima, Gleisi, Vanessa, Lídice, Regina e Ângela sirvam definitivamente de exemplo para os trabalhadores e o povo indignado do nosso Brasil”.