MANAUS – Cerca de 300 policiais militares estão mobilizados, em frente à sede da ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas), na zona centro-sul de Manaus, em uma paralisação de advertência. A reação veio após a ausência do governador José Melo (PROS), à reunião agendada para a tarde desta quarta-feira, 14, para discutir as reivindicações da categoria, e que não chegou a acontecer. Segundo a Apeam (Associação dos Praças do Amazonas), o movimento pode evoluir para uma greve com adesão inicial de 50% do efetivo, que totaliza 7 mil no Estado. A entidade estima que, nesta quarta-feira, a maior parte dos 2 mil policiais que atuam no turno da noite, cruze os braços, deixando a segurança da cidade a cargo dos oficiais da corporação.
Os soldados, cabos e subtenentes cobram reposição salarial de 8,2%, com base na inflação acumulada nos últimos 12 meses, além da promoção de 2,3 mil militares, prevista em lei, segundo a Apeam. Conforme o diretor de comunicação da entidade, Lairton Silva, a reposição salarial, agregada às promoções, terá um impacto de R$ 12 milhões aos cofres públicos, inicialmente. A pressão pela reposição salarial ocorre desde abril deste ano.
“Em abril, o governador se reuniu com a categoria e explicou qual era a situação do Estado. Mas gostaríamos de saber onde está o dinheiro que o Estado vem economizando. Hoje, esperávamos uma posição sobre nosso pleito, mas ele também não compareceu à reunião, que aconteceria na reitoria da UEA (Universidade do Estado do Amazonas – Av. Djalma Batista) e nem mandou porta-voz”, destacou. De acordo com ele, a categoria ocupou a ALE, de forma pacífica, e permanecerá por lá até que tenha uma posição definitiva por parte do governo.
Na pauta de reivindicações consta, ainda, a solicitação de reformulação do Código de Ética Disciplinar da PM, que abrange também o Corpo de Bombeiros do Estado, e a incorporação do auxílio alimentação aos vencimentos, já que hoje os policiais almoçam nos quartéis. “Também estamos mobilizando o efetivo do interior para que venha à capital participar do movimento”, afirmou. Dos sete mil praças que atuam no Amazonas, cinco mil estão concentrados na capital.
Governo
A Secom (Secretaria de Comunicação do Governo do Estado) informou em nota, que a reunião de hoje foi adiada porque o Governo do Amazonas está convocando para a próxima quinta-feira, 22 de outubro, uma reunião geral com representantes de entidades sindicais de todas as categorias dos servidores públicos estaduais para apresentar os indicadores preliminares do balanço das finanças estaduais em 2015.
Os titulares da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda), Afonso Lobo, e Seplancti (Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação), Thomaz Nogueira, vão detalhar os dados econômicos do Estado para conhecimento das entidades que representam os servidores. O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) foi convidado para apresentar, durante o encontro, pesquisa sobre o cenário da economia amazonense e as perspectivas futuras.
A reunião entre representantes do Governo e de entidades trabalhistas dos servidores será às 15h no auditório da reitoria da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).