Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – Na decisão em que decretou as prisões preventivas do ex-governador José Melo (Pros) e da ex-primeira dama Edilene Gomes de Oliveira em decorrência das operações Custo Político e Estado de Emergência, a juíza federal Jaiza Fraxe afirma que o médico Mouhamad Moustafa era uma marionete de luxo do casal.
“A essa altura das investigações, pude concluir que o médico Mouhamad Moustafá era uma marionete de luxo do casal José Melo e Edilene Gomes de Oliveira”, escreveu a magistrada, em trecho da decisão em que fundamento as razões para decidir pela prisão preventiva dos dois.
As operações Custo Político e Estado de Emergência são desdobramentos da operação Maus Caminhos, deflagrada em 2016 pela PF (Polícia Federal), MPF (Ministério Público Federal) e CGU (Controladoria Geral da União).
Segundo o MPF, aproximadamente R$ 120 milhões foram desviados do setor da saúde do Amazonas, entre verbas federais e estaduais. Até então, Mouhamad Moustafá vinha sendo apontado como o líder da organização criminosa responsável pelos crimes. Com o avanço das investigações, as autoridades começam a concluir que agentes públicos, como o ex-governador, beneficiavam-se e atuavam para manter o esquema fraudulento.
O pedido de prisão preventiva contra Melo e a esposa foi feito pelo MPF. Segundo o órgão, o casal, além de todas as provas de que participam do grupo que desviou recursos públicos, atuava, em pleno curso da investigação, para destruir provas e intimidar testemunhas.
Concordando com o MPF, Jaiza Fraxe escreveu na decisão que Melo e Edilene, soltos, “atentam contra o equilíbrio do meio social e a legitimidade do sistema de justiça penal, ao descobrirem clandestinamente datas, locais e pessoas que serão ouvidas pelos órgãos persecutórios”. Para juíza, Melo e Edilene eram os idealizadores e líderes absolutos de esquema de corrupção na saúde.
Trecho da decisão: