MANAUS – O senador pelo Amazonas Omar Aziz (líder do PSD no Senado) votou ‘não’ a favor do voto aberto na sessão que definiu se o senador Delcídio Amaral (PT – MS), líder do governo Dilma no Senado, continua preso ou não. Ao justificar o voto, Omar criticou o presidente do PT, Ruy Falcão, chamando-o de covarde nominalmente pela tentativa do partido de “lavar as mãos” sobre a conduta de um de seus membros. As senadoras Venessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Sandra Braga (PMDB-AM) também votaram a favor do voto aberto.
Na votação sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal que autorizou a prisão de Delcídio Amaral, acusado de sugerir uma estratégia para atrapalhar as investigações da operação Lava Jato, que apura desvio de recursos públicos da Petrobras, as senadoras e o senador do Amazonas votaram pela manutenção da prisão. Foram 59 votos sim (pela manutenção da prisão), 13 não e uma abstenção.
A reação de Omar ocorreu sob a justificativa de que o Partido dos Trabalhadores se mostrou covarde ao divulgar nota pública isentando-se. A nota diz que o executiva do Partido se reunirá para adotar as medidas cabíveis contra Delcídio e que sua prisão, ocorrida nesta quarta-feira, 25, nada tem a ver com sua atuação partidária.
Na prática, o PT, que já vem desgastado politicamente diante da enxurrada de denúncias de corrupção envolvendo seus membros – Mensalão, Petrolão, entre outros – , tentou se preservar, a exemplo do que fez na ocasião da prisão do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto. Omar chamou o presidente do PT, Ruy Falcão, nominalmente de covarde e disse que votaria não em consideração à história do Senado, que foi palco da prisão de Delcídio. Em seguida, ele disse que votaria sim pela manutenção da prisão do parlamentar.
“Ele (Ruy Falcão) é um covarde, e covarde a história não registra (…) Rui falcão, você é covarde. A imprensa nacional não deveria procurar esse covarde para dar opinião à nação brasileira. Se acovardou quando se omitiu sobre um monte de petista preso e tentando se reabilitar perante a nação vem com uma nota dessas”, lamentou Omar.
A Vanessa Grazziotin, votou sim, após alguns minutos elogiando a postura do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB–AL).
Calheiros defendeu que a prisão de Delcídio foi inconstitucional, já que ocorreu enquanto o parlamentar estava no exercício da função. Ele recebeu críticas da oposição, que afirmou que Renan estava antecipando a decisão de uma questão que seria deliberada posteriormente pelo plenário. Ao final, os parlamentares decidiram, por 52 votos a 20, que a votação deveria ser aberta, derrubando a posição da Mesa Diretora.
A senadora Sandra Braga não se manifestou no plenário. O PMDB liberou os parlamentares para a votação sobre a prisão de Delcídio. A assessoria da senadora informou que ela votou sim.