Pros, partido do governador do Amazonas, oficializa nesta terça-feira aliança com o PT para apoiar a candidatura de Dilma Rousseff
MANAUS – O governador José Melo (Pros) disse na manhã desta terça-feira que o fato de a direção nacional do Pros fechar aliança com o PT para apoiar a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff, não o impede de apoiar o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves. No entanto, Melo não quis afirmar se apoiará o tucano.
Questionado se estava impedido pelo partido de apoiar Aécio, Melo respondeu: “Não! Veja bem: eu e o Arthur fechamos um compromisso com o Amazonas e com a cidade de Manaus. Fizemos isso porque as pesquisas indicam que o povo do Amazonas aprova, com mais de 80%, a ação conjunta entre o nosso governo e o governo dele. Então, nós fizemos um compromisso que está acima de pessoas, que está acima de partidos, que está acima de qualquer coisa”. Melo disse que a “a questão de apoiamento é um outro momento”.
No sábado, ao anunciar apoio à candidatura de José Melo ao governo e de Omar Aziz (PSD) ao Senado, o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB), disse que apoiava os dois no Amazonas pediu ao público presente que apoiassem Aécio Neves para presidente, depois de reclamar que o governo de Dilma Rousseff discrimina Manaus porque ele é adversário.
Melo, ao chegar ao evento de entrega de equipamentos e veículos da área de saúde para municípios do interior do Estado, na zona oeste da cidade, nesta manhã, foi questionado pelo ATUAL sobre quem seriam os candidatos dele à presidente, já que Arthur já havia anunciado os dele. “Tu te lembras de Eclesiastes? Há um tempo para tudo. Aquele foi o tempo do Arthur, o meu será no meu tempo”.
Sobre a possibilidade de apoiar o Aécio, Melo desconversou: “Não estou falando isso, estou dizendo que no meu tempo eu irei anunciar os meus apoiamentos”.
O apoio do PSDB
Até agora, não ficou claro o que o PSDB ganha com o apoio a José Melo, além do palanque para Aécio Neves, se ele vier. A impressão deixada pelo discurso de Arthur, no sábado, era de que o grupo de Melo e Omar estava fechado com o PSDB em torno da candidatura tucana à Presidência.
Um palanque em que Melo apoiasse a presidente Dilma Rosseff, dificilmente teria a presença de Arthur Virgílio Neto e do PSDB, mas Melo andou conversando recentemente com a presidente Dilma, em encontro no Palácio do Planalto, no dia 17 deste mês. Ele e o governador do Ceará, Cid Gomes, passaram cerca de duas horas com Dilma, mas não revelaram o teor da conversa.
Na tarde desta terça-feira, o Pros realiza sua convenção nacional e deve oficializar o apoio à candidatura de Dilma. Mas Melo ainda tenta convencer a direção do partido de que no Amazonas o Pros tem como principal adversário um forte aliado da presidente Dilma e precisa compor com forças contrárias à candidatura de Eduardo Braga se quiser travar uma disputa de igual pra igual. Leia-se: precisa mais do que nunca do apoio tucano, que não o apoiará sem uma moeda de troca, que neste momento seria o palanque a Aécio Neves.
Sobre a candidatura a vice-governador, Melo disse que está finalizando acordos e que em dois dias ele deve anunciar o nome.