MANAUS – “Pranto Lunar”, o mais novo projeto audiovisual da diretora Dheik Praia, será lançado na próxima sexta-feira, dia 21, no Teatro Gebes Medeiros, às 19h. Na ocasião, o curta-metragem, de 15min, será exibido para os convidados, com presença do músico Pereira, que fará um pocket show e dos indígenas da Aldeia Cipia, protagonistas no filme.
A Aldeia Cipia, localizada na margem direita do Rio Negro, na Comunidade do Tatu, foi o local escolhido por Dheik para rodar as principais cenas de “Pranto Lunar”, uma escolha crucial na narrativa do filme, segundo ela, visto que cada comunidade indígena têm suas herança e seus costumes de acordo com a sua etnia ou tronco linguístico.
“Ao conhecermos a Aldeia Cipiá, onde a maioria dos moradores são Tukanos e Dessanas, compreendemos que a maioria dos signos encontrados no roteiro poderiam ser adaptados à essas etnias. A partir daí iniciei uma nova proposta de narrativa com base nos signos deles”, revela a diretora.
Foram 15 dias de filmagens, entre Dezembro de 2014 e Abril de 2015. Além da Aldeia, a Comunidade do Abelha e os bairros de Educandos e Armando Mendes, completam as locações do filme, que traz a história de Waty, uma idosa indígena que nas noites de lua cheia entra em uma espécie de “pranto”, por pensar ter sido a causadora do massacre que matou seu povo, visto que na infância ela viu a flauta proibida para as mulheres.
A ideia do filme, de acordo com Dheik, surgiu de uma canção do compositor Pereira, chamada “Índia Lua”. “Conversávamos, Pereira e eu, sobre essas estórias narradas em músicas, quando me pus a pensar sobre ‘Índia lua’. Primeiro, na ideia de um videoclipe, mas depois do roteiro escrito, me dei conta que poderia virar um filme”, lembra.
A temática indígena, proposta pelo filme, não foi uma escolha pensada ou será algo recorrente nos próximos trabalhos da diretora. Para ela, os caminhos do dia a dia revelam temas que chamam atenção de forma recorrente, um dispositivo externo, que desperta alguma inquietação de acordo com a dinâmica da vida que cada um leva.
“Ainda não encontrei, no meu trabalho, um fio norteador que pudesse me guiar. No caso de ‘Pranto Lunar’, foi a letra de uma música, mas também pode ser uma viagem de ônibus coletivo, uma matéria de um jornal, um olhar firme e ameaçador de um cara que te pede dinheiro na rua”, descreve.
“Pranto Lunar” movimentou cerca de 70 profissionais da equipe técnica e mais 18 instituições e grupos colaboradores, parceiros e apoiadores do projeto. É o trabalho de conclusão de curso da diretora Dheik, dos produtores Marcos Tupinambá e Liliane Maia e da estudante e também realizadora Danna Dantas, alunos do curso de Tecnologia em Produção Audiovisual da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
A obra foi contemplada com o prêmio do Programa Amazônia Cultural, do Ministério da Cultura (MinC) em 2014.
SINOPSE: “Waty vê os anos escorrerem pelas mãos e sua memória reconstrói aquela noite de luar. Seu povo morreu, mas a história se repete, a luta não acabou. Ontem foi Jurupari e hoje?” O curta-metragem conta a história de Waty, que sofre nas noites de lua cheia ao lembrar de fortes acontecimentos com sua família na aldeia em que viveu na infância
O QUE É: Lançamento do filme “Pranto Lunar”.
QUANDO: Sexta-feira, dia 21, às 19h, no Teatro Gebes Medeiros (Centro)
QUANTO: Exibição gratuita
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