MANAUS – O discurso contra o Sínodo da Amazônia – reunião de bispos da Pan-Amazônia com o papa Francisco, que começa neste domingo, 6, no Vaticano – é vazio, construído em cima de mentiras, como a falácia de que o mundo está de olho nos recursos minerais da região.
O documento da Igreja Católica para o Sínodo, “Amazônia: novos caminhos para a igreja e para uma ecologia integral”, nada traz que aponte para uma “internacionalização da Amazônia”, como apregoam os defensores da exploração sem controle da floresta e do minério na região.
O documento chamado “Instrumentum Laboris” é dividido em três partes: 1) A voz da Amazônia, que discorre sobre a vida, o território, o tempo e o diálogo; 2) Ecologia integral: o clamor da terra e dos pobres, que avalia os problemas enfrentados pelos povos da Amazônia, como a destruição extrativista, ameaça e proteção os povos indígenas isolados, mineração, urbanização, corrupção, saúde, educação, entre outros; 3) Igreja profética na Amazônia, que presenta propostas como uma “Igreja com o rosto Amazônico”, desafios da inculturação, organização das comunidades católicas, evangelização nas cidades, diálogo ecumênico inter-religioso.
Os dois últimos capítulos do documento são propostas sobre: 1) o papel dos meios de comunicação e 2) o papel profético da igreja e a promoção humana integral.
Um olhar cuidadoso, mesmo de quem não conhece a história da Igreja Católica no continente latino-americano, permite ver que não há nada de muito novo na proposta do Sínodo da Amazônia. O que o papa Francisco e os bispos da região estão propondo é apenas um olhar e um fazer da igreja baseado em práticas e documentos que vinham sendo esquecidos ao longo dos anos por uma igreja que tentava e ainda tenta seguir uma tendência do movimento neopentencostal.
As opiniões contrárias são, geralmente, de pessoas má intencionadas ou ignorantes sobre o assunto.