BRASÍLIA – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades em contratos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em audiência nesta quinta-feira, 5, aprovou convite ao ministro do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Armando Monteiro, e do presidente e do diretor financeiro da OI Telecomunicações. Nos próximos dias, a CPI também terá acesso a informações e documentos da Controladoria Geral da União (CGU), do Tribunal de Contas da União (TCU) e de empresas sob investigação. O pedido dessa documentação também foi aprovado na reunião desta quinta-feira.
Foram 15 requerimentos aprovados, como a solicitação de cópias de contratos e demais informações e financiamentos do BNDES com a Usina São Fernando Açúcar e Álcool, do empresário e pecuarista José Carlos Bumlai. Os parlamentares, no entanto, não chegaram a um acordo sobre a convocação do empresário. A discussão foi interrompida pela Ordem do Dia, que havia sido iniciada no plenário da Câmara dos Deputados.
Outras convocações requeridas, como a do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, e do procurador do Ministério Público junto ao TCU, Marinus Marsico, não foram aprovadas devido à mobilização da base governista.
“A reunião foi claramente um rolo compressor, pois o governo mobilizou sua bancada”, ressaltou o presidente da CPI, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM). “Nos causou surpresa essa postura, sobretudo na questão do ministro do TCU, que poderia vir prestar esclarecimentos”, acrescentou.
Na avaliação do presidente da CPI, a postura da base foi um “fato isolado”. Para o deputado, a investigação precisa continuar avançando. “Tomara que todos os parlamentares que a integram tenham essa sensibilidade que nós precisamos cada vez mais investigar. Somente ouvindo as pessoas, requerendo as documentações é que nós vamos conseguir atingir nosso objetivo, que é esclarecer os fatos e alcançar a transparência”, apontou.
Ao final da reunião, ficou decidida a convocação do empresário Eike Batista para o dia 17 de novembro, pela manhã, por sugestão do presidente da Comissão. No mesmo dia, à tarde, Batista será ouvido pela CPI dos Fundos de Pensão.