Por Daisy Melo, da Redação
MANAUS – Com valor de R$ 373,98, a cesta básica de Manaus apresentou leve alta de 0,55% em abril deste ano em comparação ao mesmo mês de 2016. O índice foi influenciado pela queda no valor de nove dos 12 itens da cesta, em destaque a banana (-4,44%) e a manteiga (-2,57%). Outros três tiveram alta, com destaque para o tomate: 7,82% no quarto mês do ano. Os dados são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta segunda-feira, dia 8, e realizada mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Entre todas as 27 capitais pesquisadas, Manaus teve a terceira menor alta em abril, atrás somente São Luís (0,35%) e Goiânia (013%). As maiores altas foram registradas no quarto mês deste ano ocorreram em Porto Alegre (6,17%), Cuiabá (5,51%), Palmas (5,16%), Salvador (4,85%) e Boa Vista (4,71%). Para comprar os produtos, as pessoas que vivem na cidade precisam desembolsar 43,38% de um salário mínimo (R$ 920), o equivalente a 87 horas 49 minutos de trabalho.
Produtos
Conforme dados do Dieese, dos 12 produtos da cesta nove tiveram queda nos preços em Manaus. São eles: leite (-0,29%), feijão (-2,03%), farinha (-0,94%), pão (-0,51%), café (-0,15%), banana (-4,44%), açúcar (-1,40%), óleo (-1,74%) e manteiga (-2,57%). Além disso, a leve alta (0,55%) no valor do cesta básica da cidade foi influenciada pelos preços da carne (1,72%), arroz (0,32%) e, principalmente, do tomate (7,82%).
Em 12 meses, o preço médio da manteiga acumulou alta em todas as capitais e oscilou entre 12,70%, em Manaus, e 64,61%, em Goiânia. Além da capital amazonense, o valor do produto teve retração também em Boa Vista (-4,69%) e Teresina (-2,75%). Em contrapartida, o preço da manteiga cresceu em 19 capitais pesquisadas, entre elas Goiânia (4,77%), Aracaju (4,33%) e Belém (3,96%).
Já o tomate teve alta em abril em todas as 27 cidades pesquisadas. As altas variaram entre 5,61%, em Belém e 64,69%, em Porto Alegre. Em 12 meses, foram registradas altas em 22 cidades, com destaque para Florianópolis (52,29%), Salvador (45,11%) e Porto Alegre (41,16%). “O fim da colheita da safra de verão e o clima mais ameno, que diminuiu o tempo de maturação do tomate da safra de inverno que se inicia, foram os fatores que reduziram a oferta e elevaram o valor do fruto no varejo”, explica o Dieese.
Valor da cesta
Em termos de valor, Manaus tem a oitava cesta mais barata (R$ 373,98). Porto Alegre foi a cidade com a cesta mais cara (R$ 464,19), seguida por Florianópolis (R$ 453,54), Rio de Janeiro (R$ 448,51) e São Paulo (R$ 446,28). Os menores valores médios foram registrados em Rio Branco (R$ 333,18) e Aracaju (R$ 363,87).
Nacionalmente, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 93 horas e 17 minutos em abril deste ano. Esse tempo é superior ao de março, 90 horas e 33 minutos. Em abril de 2016, o tempo era de 96 horas e 26 minutos. “Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em abril, 46,09% do salário mínimo para adquirir os mesmos produtos que, em março, demandavam 44,74%”, afirma o relatório do Dieese.
Retrações
Em contrapartida, o valor da cesta básica de Manaus apresentou queda de -5,34% no primeiro quadrimestre deste ano em relação a igual período do ano anterior. Além da capital amazonense, outras dez capitais acumularam retração, entre elas Rio Branco (-13,33%) e Maceió (-4,32%). Já os aumentos, nesse intervalo, foram registrados nas outras 16 capitais, sendo os mais expressivos em Fortaleza (7,33%), Recife (5,97%) e Teresina (4,84%).
Em 12 meses, o custo da cesta em Manaus apresentou retração de -2,54%. Das 27 capitais, 20 cidades acumularam alta. As elevações mais expressivas foram observadas em Natal (10,28%), Fortaleza (9,85%) e Porto Alegre (8,73%). As reduções ocorreram em sete capitais, com destaque para Belém (-3,49%), Macapá (-3,28%) e Rio Branco (-3,11%).