Da Redação
MANAUS – Cresceu em 75% o número de mulheres que tentam entrar nos presídios de Manaus com drogas de janeiro a agosto deste ano. A intenção de levar entorpecentes aos presos ocorre nas visitas dos fins de semana. Conforme a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária), o Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF) recebeu 35 mulheres autuadas pelo crime de tráfico. Desses, 21 foram por porte de drogas na entrada das unidades penitenciárias.
No mesmo período do ano passado o CDPF recebeu 12 mulheres. Só no mês de agosto deste ano, nove mulheres foram flagradas nos procedimentos de revista com entorpecentes, sendo o maior número já registrado nos últimos 20 meses no sistema prisional.
O secretário de Administração Penitenciária, Cleitman Coelho, disse que há dois fatores para esse aumento na incidência: a aquisição de mais equipamentos de fiscalização e o rigor na revista. “O uso de tecnologia e o compromisso de quem opera as máquinas devem ser aliados. Um complementa o outro e estamos investindo em capacitações para que a direção da Seap nas unidades e os agentes possam operar os equipamentos da melhor forma possível”.
Coelho disse que a instalação do body scanner no sistema prisional, que começou a ser utilizado em novembro de 2017, trouxe mais eficiência nos procedimentos de revista. Com o equipamento os flagrantes aumentaram, pois os entorpecentes escondidos nas partes íntimas das visitantes são detectados quando as mulheres passam pelo scanner corporal.
A Seap também realizou flagrantes de entorpecentes escondidos em alimentos. Os visitantes usam pães, ovos, vasilhas e bolos para esconder a droga.
As mulheres flagradas são todas encaminhadas ao 19º Distrito Integrado de Polícia (19º DIP) nos casos de flagrante em unidades prisionais da BR-174 e para o 14º Distrito Integrado de Polícia (14º DIP), para as ocorrências registradas na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP). Após os procedimentos cabíveis as mesmas são encaminhadas a Audiências de Custódia, onde são definidas as mulheres que dão entrada no sistema prisional.
A quantidade de entorpecente apreendida teve um aumento de 17%. Enquanto de janeiro a julho de 2017 foram flagradas com visitantes um total de 6,912 kg de entorpecentes entre maconha e cocaína, no mesmo período deste ano o número já soma 8,165 kg. Em todas as unidades são registradas as ocorrências, com a Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) tendo mais flagrantes, seguido do Centro de Detenção Provisória de Manaus (CDPM).
Em depoimentos registrados nos termos de ocorrências em unidades prisionais, mulheres relatam que são coagidas a entrarem com entorpecentes em unidades prisionais. Em alguns casos para sustentar os vícios dos companheiros ou filhos, ou para ajudar a saldar dívidas de seus parentes com outros presos.