Da Redação
MANAUS – A casa de acolhida Santa Catarina de Sena receberá 126 refugiados da Venezuela que viviam em situação de risco em Boa Vista e na cidade de Pacaraima. O abrigo, que será inaugurado nesta sexta-feira, 4, é uma das três casas em Manaus fundadas pela arquidiocese com parceria da Cáritas Arquidiocesana e o Acnur (Alto comissariado das Nações Unidas para Refugiados).
Para o frei Alex Assunção, a acolhida dos migrantes é um gesto cristão e uma função humanitária e social da Igreja Católica diante da situação difícil em que vivem os venezuelanos. “A casa será uma oportunidade para amarmos concretamente não só com palavras, mas com ações e de verdade”, disse o frei.
O abrigo terá uma equipe de funcionários e voluntários que ajudará na segurança e alimentação dos refugiados. A casa fica no conjunto Petrópolis, zona centro-sul da capital, e está aceitando doações de roupas, alimentos e produtos de higiene.
Família acolhida
No fim de 2017, Eugênia Rodriguez, Khamile Khalil e Vincenzo Augusto foram até a Igreja de Santa Catarina de Sena pedir abrigo, pois não tinham um lugar para ficar. Eugênia estava grávida do seu filho mais novo, Alonso Valentino Jaimes Rodriguez. O Prédio que há anos deixou de ser uma escola para crianças então foi utilizado para acolher esta família.
As lembranças de Khamile Khalil, de 18 anos, dos últimos meses vividos em Caracas, são de violência e medo. “A situação piorou bastante, pois não havia condições para comprar comida. Com a escassez de alimentos, as pessoas roubavam umas às outras por necessidades”, disse Khalil.
Um dos motivos da saída do país também citada pela migrante é o caso das invasões que ocorrem de forma frequente. Khalil perdeu a casa nessa situação. A jovem migrante relata que durante a viagem de sua família para o Brasil sentiu medo que acontecesse algo ruim, mas tudo correu bem.
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