MANAUS – Depois de indicarem que fatos graves justificavam a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar irregularidades na Afeam (Agência de Desenvolvimento e Fomento do Estado do Amazonas), a oposição teve chance de manter o assunto na pauta na manhã desta quarta-feira, 23, com a ida do diretor-presidente afastado da Afeam, Evandor Geber Filho, à ALE-AM. Porém, preferiu esfriar o caldo e apenas os deputados David Almeida (Pros), Orlando Cidade (PTN) e Sabá Reis (PR) e a imprensa foram ouvir o que ele tinha a dizer. O dia anterior foi agitado na ALE: audiências públicas em auditórios separados fora do plenário, presença de policiais civis e de rodoviários. Mas a gravidade do assunto, suficientes para abertura de uma CPI, não justifica o desinteresse dos deputados da oposição no dia seguinte à aprovação do pedido. Evandor ficou à disposição dos parlamentares na Casa por quase duas horas.
Contra-ataque
O líder do governo, David Almeida, e o próprio governador José Melo trataram publicamente de movimento que, em caso de aprovação da CPI, pode ampliar a investigação para fatos suspeitos nas gestões anteriores à de Melo. O assunto foi levantado no dia em que as assinaturas estavam sendo colhidas. Teve deputado da base que se negou a assinar indicando que concordaria com investigação se a CPI alcançasse o senador Eduardo Braga (PMDB). Para acertar Braga, a proposta teria que incluir o senador Omar Aziz (PSD) na investigação. Mas ignorar o diretor-presidente da entidade que se quer investigar, neste contexto, coloca em dúvida o avanço da investigação de forma séria, como o assunto merece.
Governador José Melo manda afastar diretoria da Afeam por suspeita de desvio de dinheiro