Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – Em viagem pelo Norte para se fazer conhecido na região, o pré-candidato à Presidência da República pelo partido Novo, João Amoêdo, disse em Manaus que o desafio do modelo Zona Franca de Manaus é deixar de ser dependente do Governo Federal.
“O modelo nós apoiamos, já está aqui, e agora o nosso desafio é que o Estado, com menor intervenção do governo central, com pouco mais de investimento na logística, possa se desenvolver de fato”, afirmou Amoêdo, em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, 7.
Fundado em 2011 e com registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2015, o Novo defende um País com baixa carga tributária, pouca intervenção do Estado na economia e um ambiente mais favorável a iniciativa privada. Questionado se modelos econômicos como o da Zona Franca teriam lugar em um eventual governo da legenda, Amoêdo disse que sim.
“O programa da Zona Franca tem dado um incentivo ao desenvolvimento da indústria, mas a gente tem que buscar outras formas para tornar isso sustentável ao longo do tempo. O que a gente pensa no geral, e isso também se aplica no Amazonas, é que a gente tem que ter uma economia com menos intervenção do governo, menor carga tributária, onde as pessoas tenham mais facilidade para empreender”, disse Amôedo.
Fundo partidário
Por filosofia, o Novo não usa recurso do fundo partidário que recebe todos os meses. Desde 2015, quando obteve registro, o partido já acumula R$ 2,7 milhões. De acordo com os dirigentes da sigla, o recurso está aplicado, enquanto se busca mecanismos legais para devolvê-lo ao erário. A sigla já tentou fazer isso, mas diz que a União não aceitou. O partido sobrevive da doação de pessoas físicas, filiados ou não à legenda.
“A gente sabe que tem um déficit na educação, mal atendimento na saúde, falta de segurança, e quando você ver que vamos ter esse ano praticamente R$ 3,6 bilhões indo para partido político não faz o menor sentido em um país precisando crescer, com carga tributária tão enorme”, criticou o pré-candidato do Novo.
Para Amoêdo, o partido tem conseguido sobreviver somente com as doações e até crescido. Segundo ele, o fato de não utilizar o fundo partidário serve até de atrativo para novos apoiadores do Novo.
Sapato e Internet
Sem representatividade na Câmara, o Novo não dispõem de tempo de TV além dos 15 segundos que são distribuídos de forma igualitária para todos os partidos. Questionado sobre como fazer uma campanha com visibilidade quase zero, João disse que a sigla trabalhará muito nas redes sociais e “gastando sola de sapato”.
“A gente tem utilizado muito as mídias sociais, sola de sapato, temos feito muitos eventos e vamos continuar com essa filosofia, buscando doação de pessoas físicas, dos apoiadores que acreditam nas nossas ideias”, disse Amoêdo.
O partido tem 1,5 milhão de curtidas no Facebook. Segundo o líder do núcleo estadual do Novo no Amazonas André Teles, é o melhor desempenho entre as legendas do País.
Em branco do Amazonas
Sem diretório no Amazonas, o partido não disputará as eleições no Amazonas. Por regras internas, o Novo definiu que só montará diretório nos estados em que tenha pelo menos 220 filiados ativos contribuindo mensalmente com a legenda, o que ainda não existe. Segundo André, há apenas 75 pessoas pagando a contribuição partidária (R$ 30), de um total de 120 filiados.
Arma para quem quiser
Uma das quatro propostas de Amoêdo para atacar o problema da segurança pública no País é liberar o porte de arma. “É preciso dar legítima defesa para as pessoas. O Novo é contra o estatuto do desarmamento. O Novo defende que as pessoas tenham direito a porte de arma”, declarou o pré-candidato.
Amoêdo diz combater ainda “a ideia de que bandido é vítima”. “Vejo muito isso no Rio de Janeiro. Precisamos acabar com a ideia de que bandido é vítima e o policial é o problema. Na verdade, o policial é parte da solução”, disse o político, que defende ainda a administração de presídios pela iniciativa privada e uma maior integração entre o governo federal e os estados na gestão das políticas de segurança.
Além do Amazonas, Amoêdo cumpre agenda esta semana no Pará e em Rondônia.
Explica aí a dependência da UNIÃO, Gente Boa?