Da Redação
MANAUS – As fortes chuvas que ocorrem desde o fim de 2020 na Região Norte estão relacionadas a dois sistemas meteorológicos que influenciam o regime de chuvas: a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e da Alta da Bolívia, presentes no verão 2020/21.
A persistência desses sistemas está relacionada com o fenômeno climático La Niña que incentiva chuva acima da normalidade em áreas do Norte do país e esteve presente na estação passada, informa o Climatempo.
Sem essa anomalia climática a partir do fim de abril e com a aproximação do inverno do hemisfério sul, a tendência é de diminuição gradativa da chuva ao longo dos próximos meses.
Mesmo assim, o mês de maio ainda terá muita chuva em áreas do extremo norte da região, ou seja, a cheia dos rios ainda pode ser agravada nas próximas semanas. Existe ainda a possibilidade do Rio Amazonas ultrapassar a cheia histórica observada em 2012.
Cheias
Segundo o Serviço Geológico do Brasil, o Rio Solimões, no ponto de medição da cidade de Manacapuru (a 86 quilômetros de Manaus) ultrapassou a cota de inundação severa de 19,6m desde a segunda-feira, dia 26. Nesta quarta-feira o nível do rio é de 19,7m.
Dessa forma o Rio Negro está na mesma condição do Rio Amazonas, que desde o dia 20 de abril está no patamar mais severo de cheia. O ponto de medição em Itacoatiara, também no estado do Amazonas, está em 14,5m que é 30cm acima da nível mais crítico.
O alerta também se volta para o ponto de medição do Rio Negro em Manaus, nesta quarta-feira. Atualmente o nível do rio é de 28,9m, 10cm abaixo da cota de inundação severa que é de 29m.
Somente nos primeiros quatro meses do ano de 2021, a cidade de Manaus já registrou 1.422mm, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia. Isso corresponde a mais da metade de média anual de chuva para o minicípio.
E a tendência nos próximos dias ainda é de subida deste nível, pois há previsão para chuva abrangente para a região o que aumenta também a altura dos rios afluentes.