Da Redação
MANAUS – A saúde dos indígenas venezuelanos da etnia Warao, refugiados em Manaus, terão o acompanhamento de xamãs. O atendimento será feito juntamente com médicos da rede municipal de saúde. A parceria é para respeitar a crença dos índios que creem na cura espiritual.
“Vínhamos encontrando muita resistência da parte deles quanto à aceitação da medicina alopática porque eles não conseguiam compreender a necessidade de tomar os remédios nos horários estabelecidos e acreditavam na cura por meio de rituais xamânicos”, disse o coordenador do ‘Consultório na Rua’, da Semsa (Secretaria Municipal de Saúde), Jailson Barbosa. Ele lembra que a parceria possibilitará que os líderes falem diretamente com os indígenas, em uma linguagem compreensível para eles.
Uma das dificuldades no tratamento de doenças, como a pneumonia, é a ‘desospitalização’ sem alta médica, principalmente das crianças. Outro problema identificado pelas equipes da Semsa, que colaboram para as recaídas, é o uso inadequado das medicações por desconhecer esse procedimento. As doenças mais diagnosticadas entre o grupo, que está em Manaus desde dezembro, são catapora, conjuntivite, pneumonia e tuberculose.
Conforme dados da Sejusc (Secretaria de Estado da Justiça, Direitos Humanos e Cidadania), até o dia 23 deste mês havia 519 indígenas venezuelanos em Manaus. O grupo está distribuído entre abrigos nas ruas Doutor Almino e Quintino Bocaiúva, no bairro Mutirão, e no acampamento montado próximo ao Terminal Rodoviário. Este último concentra a maioria dos indígenas: 235, no total.