Da Redação
MANAUS – O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), afirmou que o valor estimado de R$ 350 milhões que será retirado do FTI (Fundo de Fomento ao Turismo no Interior) para pagar despesas da Susam (Secretaria de Saúde do Amazonas) não resolvem o problema. De acordo com Lima, o recurso vai “ajudar a estancar uma sangria” da Saúde. O remanejamento da verba proposto em projeto de lei foi aprovado pela ALE (Assembleia Legislativa do Amazonas) na manhã desta quarta-feira, 27
“Esse é um problema crônico que ainda vai levar muito tempo para ser resolvido. O FTI que foi aprovado não resolve o problema da Saúde. Ele ajuda a estancar uma sangria para que a gente possa começar a tomar as medidas efetivas de controle dos gastos na área da Saúde”, afirmou Wilson Lima.
Dos R$ 350 milhões estimados para este ano, R$ 280 milhões serão gastos em Manaus com empresas médicas e cooperativas de recursos humanos e R$ 70 milhões serão divididos entre os 61 municípios. As prefeituras terão ainda 60% que não serão remanejados do FTI.
O governador voltou a afirmar que vai recorrer aos empréstimos de bancos nacionais, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, e internacionais, como o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Ele não disse quanto pretende emprestar desses bancos.
Preocupação
Além dos pagamentos atrasados para empresas médicas que prestam serviços à Susam (Secretaria de Estado de Saúde), outra preocupação na Saúde é recente: o surto do vírus H1N1. Nessa terça-feira, 26, a FVS (Fundação de Vigilância em Saúde) informou que já são nove mortos pelo vírus no Estado.
O governador disse que viajaria ainda na tarde desta quarta-feira, 27, para Brasília. Nesta quinta, ele terá reunião com o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e pedirá a antecipação da campanha de vacinação no Amazonas, programada para ocorrer apenas em abril.
“Nós estamos com o sistema lotado. Há muitas demandas e elas aumentaram significativamente nos últimos dias em razão desse índice, aumento do H1N1. Nos últimos dias nós já abrimos vinte leitos e vamos abrir mais vinte. Esses leitos são espaços que necessitavam de cama, de respirador e de outros equipamentos para que funcionassem”, afirmou.
‘Se promover’
Wilson Lima alfinetou os deputados estaduais que estão atacando os atos do governo na área da Saúde e disse que essas pessoas criticam porque “quanto pior, melhor”. O governador afirmou que essas medidas “desagradam muita gente, mas é preciso fazer” para o bem do Estado.
“Eu não vou admitir que usem esse problema da Saúde para se promover. Porque enquanto fazem isso, tem gente morrendo nos hospitais. Essas pessoas deveriam fazer a seguinte pergunta: Qual a colaboração que eu estou dando para resolver esse problema da Saúde? O que eu estou fazendo para que gente não morra nos hospitais? Eu e a minha equipe podemos dar essa reposta”, disse o governador.