Da Redação
MANAUS – Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação e pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PMB, classificou Luiz Lula da Silva (PT) como “capiroto” e o presidente Jair Bolsonaro (PL) como um “vizinho legal” que se corrompeu. Os comentários ocorreram em live transmitida por Weintraub nas redes sociais nesta segunda-feira (25).
Weintraub afirmou que Bolsonaro era um “vizinho legal”, mas o desafio e a tentação fizeram com que ele mudasse muito. “Eu acho que o presidente Bolsonaro mentiu, ele se corrompeu. Eu acho que o presidente Bolsonaro é uma pessoa que se deslumbrou no poder”, disse. O ex-ministro também declarou que Bolsonaro não tem mais condição de ser presidente.
Em relação ao principal adversário do presidente, Weintraub chegou a dizer que, para ele, Lula é uma “entidade do mal”.
“Agora o Lula para mim é quase o ‘capiroto’. A imagem que eu tenho do Lula é a mesma imagem que eu tenho quando aos dez anos eu o vi pela primeira vez na propaganda eleitoral em 1982”, afirmou. “Para mim ele é uma entidade do mal, uma força sobrenatural, um personagem quase que bíblico do mal”, completou.
Weintraub disse não acreditar que “Bolsonaro seja uma pessoa tão diabólica quanto Lula”, mas que não vai pedir voto ao presidente. “Eu não vou mostrar o meu rosto ao lado dele”, falou.
Na avaliação do ex-aliado de Bolsonaro, é mais provável que o petista vença as eleições. “Agora a gente tem um cenário que infelizmente mais provável é a vitória do Lula e o presidente Bolsonaro está tentando se articular, eu não sei, para pelo menos segurar até a eleição ou talvez se tornar meio que o chefe da oposição ao governo Lula. Eu acredito que ele vai ser desmontado, vai ser desmontado pelo que ele plantou. Ele plantou muita chuva e vai colher a tempestade”, avaliou.
Separação
Após deixar o MEC (Ministério da Educação) em 2020, Weintraub vivenciou um processo de distanciamento do presidente, intensificado quando o ex-ministro anunciou interesse em concorrer ao Governo do Estado de São Paulo, em oposição ao nome preferido de Bolsonaro, o do ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O estopim foram as críticas do ex-ministro e do irmão, Arthur Weintraub, ex-assessor da Presidência, ao decreto de perdão ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O ex-aliado também declarou que Bolsonaro foi ‘sequestrado’ pelo centrão.