Esta semana foi votado em 2° turno o projeto da Reforma da Previdência, de autoria do governo Bolsonaro. Como fiz no 1° turno, de novo fiquei ao lado dos trabalhadores, votando contra essa proposta que tira direitos dos que ganham menos.
Não é possível que num País de tantas desigualdades e de tanta pobreza, com 14 milhões de desempregados, o governo penalize ainda mais os que ganham pouco diminuindo o valor da aposentadoria.
Sim, isso mesmo. É desumano e perverso essa reforma, pois reduz o valor que a pessoa vai receber ao se aposentar após tantos anos de trabalho e de contribuição.
Quem entra no mercado de trabalho só poderá se aposentar com 65 anos de idade. Se tiver 20 anos de contribuição receberá somente 60% do valor. Para receber 100% do valor terá que contribuir 40 anos. Muitos ficarão de fora, devido o desemprego ou porque vão morrer antes.
Quem está para se aposentar terá que trabalhar mais alguns anos nesta fase de transição. Na maioria é o dobro. Se faltar 5 anos, terá que trabalhar ainda 10 anos. Isso não é justo.
No cálculo do valor da aposentadoria vai ser usado o critério de média de todos os salários. Hoje é considerado apenas 80% dos maiores salários recebidos ao longo da vida. Vai ter perdas de até 30%.
Pela regra atual, se o marido morrer, fica de pensão para a esposa 100% da aposentadoria. Na nova regra, receberá apenas 60% do valor. É muita maldade com as viúvas.
Milhões de trabalhadores ficarão sem o pagamento do abono salarial. Só ganha quem ganhar menos que R$ 1.400. Antes era pago para quem ganhava até 2 salários mínimos. Um massacre contra os pobres.
Eles queriam ainda tirar os direitos dos idosos e pessoas com deficiência e pagar somente R$ 400 por mês. Não conseguiram. Teve reação. Assim como não conseguiram obrigar os agricultores, ribeirinhos e mulheres trabalhadoras do campo a contribuir 20 anos para previdência. Aposentadoria para essas pessoas seria quase impossível.
Também conseguimos derrotar a proposta da Capitalização que iria acabar com o sistema da seguridade social previsto na Constituição.
O projeto não acaba com os privilégios e altas aposentadorias. Mantém os militares no regime especial, que são responsáveis por 45% do déficit da União. Os estados e municípios, que têm regime próprio, ficaram de fora. Com isso, as altas aposentadorias no judiciário, tribunal de contas, ministério público, legislativo e órgãos do executivo nos 26 estados e Distrito Federal continuam intocáveis.
Pior, esse projeto não vai gerar mais emprego. É uma mentira essa “nova previdência”. Vai tirar quase R$ 1 trilhão dos que ganham pouco e vai destinar para pagar juros aos bancos. O dinheiro não vai para saúde, educação, moradia e segurança. Vai para os banqueiros.
Se o Governo gerasse empregos aumentaria a arrecadação. Se aumentasse a cobrança de imposto sobre os lucros das grandes empresas e bancos, sobre as grandes fortunas, se cobrasse as dívidas dessas empresas que chegam a R$ 800 bilhões, não precisaria esse desse projeto perverso.
Muitos deputados e deputadas comemoraram o que fizeram, até porque Bolsonaro prometeu liberar R$ 40 milhões para cada um. Foram comprados.
Fiquei com os trabalhadores e votei a favor da população. Votei contra essa crueldade que o governo Bolsonaro quer fazer com o povo brasileiro.
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O único do Amazonas. Pior é que nem o povo reconhece isso. O gado está jogando no time do dono do abatedouro.