Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – Acidentes de trânsito no Amazonas sobrecarregaram hospitais e custaram R$ 2,03 milhões ao governo do Estado, segundo dados das secretarias de Saúde, da Segurança Pública e do Detran (Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas) apresentados nesta quarta-feira, 28. De janeiro a setembro deste ano, foram registrados 10.274 acidentes e 8.844 vítimas foram atendidas nos Hospitais João Lúcio, 28 de Agosto e Platão Araújo.
Nayara Macksoud, secretária de Políticas Públicas de Saúde, disse que a maioria dos casos envolve ferimentos graves que exigem um tempo médio de internação superior a 15 dias.
“Das 8,8 mil vítimas lesionadas, elas são vítimas que causam uma sobrecarga do sistema hospitalar”, disse. “Muitas são politraumatizadas, que não são de fraturas simples, mas que além de um acometimento ortopédico também apresentam uma lesão neurocirúrgica e isso leva a um maior número de internações, que têm um custo médico hospitalar que oneram o sistema público de saúde”, afirmou.
De acordo com Macksoud, há uma série de prejuízos provocados pelo acidente. “Nós olhamos para a vítima como um ser social em que este cidadão deixa de trabalhar, produzir, levar o sustento para sua família”, disse.
Com respeito às leis de trânsito, várias situações poderiam ser evitadas. “Olhamos para a parte financeira do SUS, que poderia estar usando os recursos para as melhorias do sistema, mas acaba se concentrando num problema que poderia vir compartilhado com a corresponsabilidade do cidadão, de respeitar as leis de trânsito, esperar dois segundos para que o sinal abra e possa atravessar, que utilize as medidas de segurança orientadas pelo trânsito”, afirmou.
Segundo Macksoud, além do tempo no hospital, há a necessidade de reabilitação, licença prolongada no trabalho e na maioria das vezes acontece com pessoas dentro da faixa etária economicamente ativa.
Plano de ação
A secretária afirma que para reduzir o número de lesões para o serviço hospitalar a Secretária de Saúde, de Segurança Pública, Detran, FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas) e outros parceiros estão trabalhando em um plano para atuarem onde são registrados mais acidentes.
“Juntos, estamos trabalhando um plano de ação para que a gente possa atuar de forma veemente principalmente nas áreas onde tem maior concentração de mobilidade urbana e onde as unidades hospitalares identificam através do serviço de resgate de onde essas vítimas foram resgatadas”, disse.
Outra medida é em um mês acelerar cirurgias nos três hospitais principais e liberar leitos nas unidades.
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“Nós estamos trabalhando um plano de ação que é o plano de giro de leitos. Para que possamos atuar na melhor qualidade de vida desse paciente que já está lesionado, chegou ao hospital e fazer com que tenhamos um menor média de permanência dele”, afirmou Macksoud.