Da Redação
MANAUS – A violência incapacitou 43 mil pessoas no Amazonas que deixaram de realizar suas atividades habituais como trabalhar, fazer serviços domésticos, participar de eventos sociais e encontro com amigos em decorrência do trauma sofrido. Essa quantidade representa 8,8% das vítimas de violência, seja psicológica, física ou sexual. As mulheres foram mais atingidas do que os homens, com 11% e 6,2%, respectivamente.
Os dados são de 2019 da Pesquisa Nacional da Saúde do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). O estudo envolveu coleta de informações sobre acidentes, violência, doenças transmissíveis, atividade sexual, características do trabalho e apoio social.
No estado, 489 mil pessoas de 18 anos ou mais sofreram algum tipo de violência, o equivalente a 18,4% da população. Em Manaus, foram 258 mil vítimas, 16,7% da população da capital. Em todo o Amazonas, as mulheres foram 19,3% das vítimas, enquanto os homens 17,4%.
Segundo o estudo, a violência atinge mais os jovens entre 18 e 29 anos que foram 27,6% das vítimas, do que os idosos de 60 anos ou mais (7,7%). Por cor ou raça, um percentual maior de pessoas pretas (20,3%) e pardas (18,3%) sofreu violência em comparação às pessoas brancas (15,7%).
Nessas faixas etárias, a situação é idêntica em Manaus. Os jovens foram 25,5% das vítimas contra 7,7% dos idosos. Por cor ou raça, um percentual maior de pessoas pretas (19,1%) e pardas (16,6%) sofreu violência na capital em comparação às pessoas brancas (15,1%).
Considerando o rendimento domiciliar per capita, o grupo com a renda mais baixa apresentou maior grau de vulnerabilidade: 21% das pessoas sem rendimento até 1/4 do salário mínimo e 15,8% das pessoas com rendimento maior do que 5 salários mínimos. E uma maior proporção de pessoas desocupadas sofreu violência (27,2%) na comparação com pessoas ocupadas (18,7%).
Trauma psicológico
Em todo o estado, 462 mil pessoas de 18 anos ou mais sofreram agressão psicológica, 17,4% da população. Considerando esse número com o total das vítimas de violência (489 mil), as vítimas de trauma psicológico foram 94,5%.
Novamente as mulheres são maioria, 18,1% contra 16,6% dos homens. A população mais jovem (18 a 29 anos) sofreu mais violência psicológica do que a população com idade mais elevada (60 anos ou mais), 26,3% contra 7,3%. Mais pessoas pretas (18,6%) e pardas (17,3%) sofreram com este tipo de violência do que pessoas brancas (14,8%).
A violência psicológica foi maior contra pessoas desocupadas (24,4%) do que contra as pessoas ocupadas (17,6%) ou aquelas que não tinham e nem procuravam emprego (15,8%). Em Manaus, das 258 mil pessoas que sofreram algum tipo de violência, 246 mil pessoas sofreram violência psicológica, 95,3% do total.
O percentual de mulheres vitimadas em Manaus foi inferior ao dos homens, 15% contra 16,9%, respectivamente. A população mais jovem (18 a 29 anos) sofreu mais violência psicológica do que a população com idade mais elevada (60 anos ou mais), 24,7% contra 7,3%. E assim como nos números do Estado, mais pessoas pretas (19,1%) e pardas (15,5%) sofreram com este tipo de violência do que pessoas brancas (14,7%).
Em Manaus, 258 mil pessoas de 18 anos ou mais sofreram algum tipo de violência (psicológica, física ou sexual) nos 12 meses anteriores à entrevista, o que representa 16,7% da população da capital. O percentual de vítimas do sexo feminino foi de 15,9%, enquanto o dos homens, 17,6%.
Assim como nos números do Estado, mais pessoas jovens (18 a 29 anos) sofreram com a violência do que idosos (60 anos ou mais), 25,5% contra 7,7%. Por cor ou raça, um percentual maior de pessoas pretas (19,1%) e pardas (16,6%) sofreu violência, em comparação às pessoas brancas (15,1%).