Da Redação
MANAUS – O vice-governador e secretário de Saúde do Amazonas, Carlos Almeida Filho (PRTB), afirmou em entrevista exclusiva ao ATUAL, nesta quinta-feira, 17, que vai chamar representantes do MPF (Ministério Público Federal) na próxima semana para ajustar protocolo de acesso às informações diretamente na Susam (Secretaria de Estado de Saúde) sobre contratos de serviços na saúde pública. O secretário disse que a proposta é “abrir as luzes de todos os órgãos de controle” e ajudar nas apurações da Operação Maus Caminhos, que investiga desvio de dinheiro na Susam.
“A segunda fase (da Operação Maus Caminhos) é muito bem-vinda porque nós precisamos de saneamento para identificar aquilo que nós não conseguimos ver. Inclusive, estamos chamando os representantes do Ministério Público para, na semana que vem, podermos ter ajuste de protocolo e acesso direto às informações aqui na própria secretaria. Queremos abrir as luzes de todos os órgãos de controle”, afirmou Carlos Almeida Filho.
O secretário afirmou que a má utilização do dinheiro público pela Susam nas gestões anteriores “é fato”. Segundo ele, esse problema fica evidente quando há previsão orçamentária para a secretaria e esse valor é ultrapassado e “jogado para a gestão seguinte”.
“O Ministério Público tem feito um trabalho bastante brilhante e significativo, e nós queremos que esse trabalho seja feito em parceria conosco porque nós precisamos sanear o funcionamento”, afirmou o secretário.
De acordo com Carlos Almeida Filho, a falta de adequada gestão burocrática dos processos e informatização e transparência do sistema gera grande parte dos problemas da secretaria. Segundo ele, prova disso é a demora da nova gestão em identificar todos os contratos em vigor.
“Isso deveria estar adequadamente informatizado. Se eu não tenho a situação eu não consigo ter controle do que está acontecendo. A mesma situação acontece na Central de Medicamentos e nas unidades, porque os sistemas que o estado tem não conversam”, disse Carlos Almeida. Para ele, a informatização ajudaria a saber a demanda de medicamentos e profissionais e evitaria desperdício de dinheiro público.
Sobre as empresas investigadas na Operação Maus Caminhos que continuam a prestar serviços para o Estado, Carlos Almeida Filho disse que todos os contratos serão revistos. Aqueles que estiverem regulares serão pagos nos próximos meses e os que não estiverem poderão ser adequados ou recendidos.
“Isso será comunicado. Se, por acaso, nós encontrarmos irregularidades, nós temos condições de glosar os pagamentos e fazer os bloqueios necessários. O que não pode é fazer administração por conta dessas situações excepcionais ou gerais tornar isso padrão no fornecimento de saúde gerando problemas para quem está na ponta”, disse Carlos Almeida Filho.