A Semana Santa é um período sagrado para os cristãos, que envolve os últimos momentos de Jesus antes de ser crucificado e a sua Ressurreição, que é celebrada no Domingo de Páscoa. É a ocasião perfeita para fazer orações, reflexões, compartilhar mensagens e colocar em prática as tradições religiosas.
Estamos concluindo a Quaresma, onde milhares de pessoas ao redor do mundo rezam durante os 40 dias para fazer sua fraternidade, reflexões e cumprir algumas de suas penitências. Os últimos dias desse período são os mais importantes para os cristãos, pois culmina com a Semana Santa.
Nesse artigo, comento a Semana Santa, mas fazendo uma reflexão com a Campanha da Fraternidade, aberta pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O tema foi a educação e como lema a frase extraída no Provérbio Bíblico 31,26: “Fala com sabedoria e ensina com amor”. O objetivo geral da Campanha foi de promover diálogos, a partir da realidade educacional do Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do ser humano e da solidariedade, mas em favor do processo de educação.
Faço esse paralelo porque temos visto em Manaus e em todo o Amazonas os professores tentando buscar diálogo com o Governo, o poder público, para melhorar as condições de trabalho e suas remunerações. As datas-bases no Governo do Estado estão sendo desrespeitadas; já na Prefeitura os servidores públicos em geral receberam reajuste no auxílio alimentação, menos os professores. Parece que o Governo do Estado e a Prefeitura de Manaus estão seguindo a linha do Governo Federal, a de desvalorização do profissional da educação. É o calvário dos educadores.
Não há motivos, este ano, para não dar a data-base do professor, já que houve aumento na arrecadação do Estado. Também não há motivo para não abrir o diálogo e conversar. Tomamos conhecimento de que numa tentativa de conversa na sede do Governo, um professor recebeu um tapa no rosto de um policial militar. Assim como outras ações de cerceamento do diálogo.
Quero aqui chamar a atenção para este ponto. A educação, acima de tudo, levará a nossa população para um outro patamar de desenvolvimento. Me somo aos professores em suas lutas e peço à Prefeitura, ao Governo do Estado e, principalmente, ao Governo Federal o entendimento da importância e da valorização desses profissionais, não só nesse período de Semana Santa, mas ao longo de todo o ano, dando voz ao professor. Educação no Brasil tem cura. Mas hoje, infelizmente, passa por uma verdadeira Via Crucis.
Esse tapa no rosto sofrido por um professor de certa forma relembra o martírio de Jesus Cristo, o grande educador da humanidade. Que as outras agressões que os professores estão recebendo sejam cessadas e seus direitos garantidos. E que o poder público saiba reconhecer, ouvir e valorizar esses profissionais.
José Ricardo Wendling é formado em Economia e em Direito. Pós-graduado em Gerência Financeira Empresarial e em Metodologia de Ensino Superior. Atuou como consultor econômico e professor universitário. Foi vereador de Manaus (2005 a 2010), deputado estadual (2011 a 2018) e deputado federal (2019 a 2022). Atualmente está concluindo mestrado em Estado, Governo e Políticas Públicas, pela escola Latina-Americana de Ciências Sociais.
Os artigos publicados neste espaço são de responsabilidade do autor e nem sempre refletem a linha editorial do AMAZONAS ATUAL.